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As Fenícias
(Eurípedes; Donaldo Schüler (tradutor))

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A reimpressão de junho de 2008 da peça de teatro As Fenícias acrescenta mais detalhes e vigor a trágica história da família de Édipo. Eurípedes dá uma versão alternativa à de Édipo Rei, onde Jocasta havia se suicidado ao saber ser mãe de Édipo: aqui, ela sobrevive e tenta conciliar os dois filhos homens, prestes a iniciarem uma sangrenta disputa pelo trono. É o lado feminino e maternal da história.

Além de Eurípedes, também Sófocles e Ésquilo narraram outras partes da saga da família amaldiçoada de Édipo. De Sófocles e Ésquilo sobreviveram apenas sete peças de cada, de Eurípedes foram dezoito a chegarem aos nossos dias: Alceste, Medéia, Hipólito, Andrômaca, Hécuba, As Suplicantes, As Troianas, Electra, Ifigênia em Táurida, Helena, Íon, Héracles, Bacantes, As Fenícias, A Heracléade, Orestes e O Ciclope.

Os apelos ao sentimento e os argumentos racionais ou filosóficos são claros a cada diálogo de As Fenícias. Creonte prefere ver o reino cair que o filho, enquanto Menelau está disposto a morrer por um bem maior, pelos outros, pelo país. Jocasta apela aos sentimentos dos filhos, sofre ao ver o ódio mortal no coração de ambos. Polinice exige justiça e quer que o irmão cumpra a sua parte no acordo, deixando o trono por um ano ou repartindo o quinhão do reino que pertença ao irmão. Etéocles o acusa de marchar com um exército estrangeiro contra a própria pátria, tornando-se um traidor, e que como soberano não poderia entregar o seu país de mãos beijadas a um renegado. Schüler diz:

“Ao pedido de justiça do irmão, Etéocles reage com uma tese sofística: justiça é a vontade do mais forte, argumento usado por atenienses durante a guerra do Peloponeso e discutido por Platão na República. Decisões políticas e teses filosóficas sobem ao palco. Etéocles acusa o adversário de ter conduzido contra a pátria um exército de estrangeiros. Mundo dividido e inconciliável. Polinice e Etéocles negam um ao outro que cultivam como próprio, ambição e poder. Visto no outro, o próprio torna-se impróprio, estranho, ameaçador. O que se desdobrou e objetivou no outro é irreconciliável.” (pg. 21)

A tradução do grego e a introdução são de Donaldo Schüler. As obras traduzidas diretamente das línguas originais tendem a perder menos a essência e como é uma tradução atual (de 2005) não traz palavras em português arcaico. A ótima introdução do tradutor, “A eclosão do irracional no teatro de Eurípedes”, também dá uma visão geral dos principais livros de Eurípedes. Segue a lista dos principais personagens da trama com um breve resumo de seus papéis:

Jocasta – mãe e esposa de Édipo, graças ao seu primeiro marido, Laio, não ter dado ouvidos às advertências dos deuses para não terem filhos. Aqui, ela tenta persuadir os dois filhos a um acordo de paz ao invés de guerrearem pelo trono. Ao saber que ambos pereceram pela espada do outro, suicida-se.

Édipo – é citado em toda a peça, mas aparece só no final para saber que os filhos e a esposa morreram. Está cego e enclausurado no palácio. A maldição que lançou sobre os filhos por o terem escondido do público se cumpriu: pereceriam brigando pelo trono. Creonte, o seu cunhado, o bane de Tebas junto com a filha Antígona.

Antígona – uma das filhas de Édipo e Jocasta, é também noiva de Menelau, filho de Creonte. É ela quem sobe em uma torre alta para ver os exércitos do irmão Polinice atacarem os sete portões de Tebas. No final, tenta argumentar com Creonte para não banir o seu pai e deixar que enterre o irmão Polinice.

Creonte – irmão de Jocasta e pai de Menelau. Tenta convencer, em vão, o filho a não sacrificar-se ao deus Ares, conforme predito por Tirésias como a única salvação para Tebas. Assume o trono assim que Etéocles, Polinice e Jocasta morrem. Sua primeira lei é proclamar a pena de morte a quem enterrasse Polinice, pois agiu como traidor atacando a sua pátria, e graças a ele o seu filho morrera. Bane Édipo e Antígona de Tebas.

Menelau – filho de Creonte e noivo de Antígona. Assim que sabe por Tirésias que somente o seu sacrifício ao deus Ares garantirá a vitória de Tebas, dá a sua vida para salvar a pátria.

Etéocles – um dos filhos de Édipo e Jocasta. Temendo a maldição de Édipo, faz um acordo com o seu irmão Polinice, onde cada um reinaria por um ano alternadamente enquanto o outro viveria no exterior. Ao final do período de Etéocles, este não quis entregar o trono ao irmão, forçando o irmão a lutar contra ele. Mata o irmão em batalha e é morto por ele.

Polinice – banido de Tebas por Etéocles, casa-se no estrangeiro e consegue reunir um grande exército para ajudar-lhe a retomar o trono. Depois de vários ataques frustrados contra Tebas, em um combate com o irmão, mata-o e é morto por ele.

Uma seqüência mais cronológica de leitura seria:

1º - Édipo Rei (escrito em 430 a.C.), de Sófocles;
2º - Os Sete contra Tebas (467 a.C.), de Ésquilo;
3º - As Fenícias (411 a.C.), de Eurípedes;
4º - Édipo em Colono (401 a.C.), de Sófocles;
5º - Antígona (442 a.C.), de Sófocles;



Resumos Relacionados


- Sete Contra Tebas – Ésquilo

- Édipo Rei

- Os Sete Contra Tebas

- Antígona

- As Fenícias



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