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História das Ideias Políticas
(Diogo Freitas do Amaral)

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Xenofonte e a apologia da ditadura





Xenofonte (séculos V e IV a.C.), terá nascido provavelmente no último ano em que Péricles viveu. Homem de espírito irrequieto e de carácter guerreiro, combateu por mais de uma vez ao serviço de Esparta (regime com o qual se identificava) contra Atenas (regime ao qual se opunha). Daqui emerge outro importante ponto de distinção entre Péricles e Xenofonte: se o primeiro surge como defensor da democracia ateniense e apologista de valores como a paz, a igualdade e a liberdade, o segundo, ao invés, vai-se identificar mais com a ditadura vigente em Esparta, elogiando o poder militar e o uso da força, mostrando-se favorável a um líder forte e autoritário.
Xenofonte perfilava-se como amante da guerra e via nas principais regras da democracia ateniense (igualdade e liberdade) os grandes inimigos de um Estado que deveria ser forte e rigoroso, presidido por um líder carismático e autoritário (em jeito de comparação pode-se referir que o modelo político sugerido por Xenofonte aproxima-se dos moldes paradigmáticos de Hitler ou Staline).
No entender deste defensor da ditadura, só os mais capazes e audazes estariam habilitados a exercer a faculdade de comando. Para ele, o líder seria dotado de uma autoridade natural, que o caracteriza e o distingue, levando os outros a respeitá-lo e segui-lo. O chefe ou líder político, deveria ser um homem culto, de inegável conhecimento, que soubesse persuadir os que o rodeiam através do seu carisma, que soubesse incutir respeito e obediência através do seu carácter forte e autoritário.
Assim sendo, Xenofonte entende ainda que o poder é a “faculdade de mandar e de se fazer obedecer”, considerando estas como as qualidades inatas do chefe, a sua apetência natural.
Em jeito de síntese, pode considerar-se que o líder surge perspectivado num sentido psicológico e não num sentido jurídico, tendo em vista que, o poder não resultaria das leis mas da mentalidade, da motivação, das atitudes e acções de determinados homens. Aquilo que interessa fundamentalmente aos governantes não é a legitimidade do cargo, mas a eficácia demonstrada no exercício do poder (embora enfatize que este nunca deve ser posto em prática com o mero objectivo do interesse pessoal de quem o exerce, porque deve ser aplicado ao serviço da prosperidade de todos).



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