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"O Flautista"
(Perrault)

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Era uma cidade muito tranquila, até que foi invadida por uma praga de ratos e já ninguém sabia o que fazer, oferecendo-se mil marcos a quem conseguisse tal proeza.
Porém, certo dia, apareceu um flautista, que foi ter com o Presidente da Câmara, oferecendo-se para resolver este problema em troca do dinheiro prometido.
O flautista dirigiu-se para a praça principal e com a sua flauta, começou a tocar uma música melodiosa, atraindo assim os ratos que foram aparecendo aos poucos e poucos até serem acerca de uma centena de milhares de ratos. O flautista dirigiu-se para o rio, atravessando-o e para espanto de toda a população, os ratos lá o iam seguindo até que acabaram por morrer afogados.
O rapaz satisfeito com o seu trabalho foi ter com o Presidente da Câmara para receber o que lhe era devido, ficando no entanto furioso por ver que não lhe estavam a pagar o que tinham prometido, saindo para a rua furioso ameaçando de que ainda se iriam arrepender do que lhe estavam a fazer.
Pegou na flauta e começou por tocar uma música que fez com que todas as crianças o seguissem come se estivessem encantadas, a população alarmada gritava pelas crianças, temendo que morressem afogadas no rio, mas o músico começou por trepar uma colina e todas as crianças excepto uma, que por ser coxa não o conseguiu acompanhar e quando chegaram ao cume abriu-se uma fenda e todas as crianças desapareceram.
A cidade foi invadida por uma grande tristeza e só se ouvia lamentos. O coxinho foi acolhido pelas mães como se fosse o filho de todas elas, mas apesar de o cobrirem de carinhos e prendas estava muito triste porque não tinha ninguém com quem brincar.
Um dia decidiu ir ao alto da colina e reparou numa coisa que brilhava no chão, ao aproximar-se verificou que era a flauta e como tinha boa memória tratou logo de tocar a melodia que ouvira do flautista. A colina começou a abrir-se e os meninos saíram todos, felizes por terem sido desencantados.
O coxinho foi recebido como um herói e o novo Presidente deu-lhe os mil marcos. A flauta foi queimada e voltou a reinar a paz naquela cidade.



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