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O Anjo Torto
(Emir Sader)

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Nascido no dia 13 de julho de 1943, o renomado doutor em ciência política, busca retomar a trajetória do termo esquerda desde suas origens históricas, situando-o, em seguida, no Brasil, passando em revista as várias gerações de forças de esquerda, até chegar na atualidade, para voltar à questão da contemporaneidade desses problemas. Subdividido em três módulos, o texto apresenta uma linguagem clara e direta o que facilita a compreensão do conteúdo.
Na seção “Da salvação à danação”, o autor descreve em cinco capítulos um período que compreende ao nascimento do termo esquerda, na Assembléia Constituinte da França pós 1789 e consolidado após as barricadas de 1848; até o fim de uma época postulada como auge do movimento esquerdista. De início a esquerda era simbolizada por uma classe que colocava o interesse público acima da propriedade privada e do mercado, de modo que, o liberalismo econômico desligado da liberdade política era fortemente combatida. Com o manifesto comunista, os trabalhadores passavam a ser a referencia central do movimento de esquerda, a visão que se consagrou como a teoria mais importante do movimento foi a busca pela superação do capitalismo pelo socialismo para se chegar a uma sociedade sem classes, sem exploração, sem Estado: a sociedade comunista. Na Comuna de Paris, pela primeira vez na história, os trabalhadores chegariam ao poder. Depois dessa experiência, seria na Alemanha onde o avanço onde o partido Social-Democrata passou a participar da vida institucional e legal daquele país, a mudança dos meios de luta da insurreição para a via institucional levantou uma discussão dentro da esquerda: reforma ou revolução? Com a Primeira Guerra Mundial ocorreu uma divisão formal entre duas grandes correntes da esquerda, os sociais-democratas e os comunistas. Dividia-se assim o movimento internacional dos trabalhadores entre internacionalistas e nacionalistas, revolucionários e reformistas, comunistas e social-democratas. Com a revolução russa de 1917 e a chegada de Stalin ao poder o desenvolvimento econômico foi privilegiado em detrimento da democracia política, dissociando-se esses dois segmentos. Apesar desse marco na história da política em escala mundial,antes que pudesse se consolidar, a esquerda teve que entrar na defensiva para enfrentar o avanço da extrema direita nos anos 30. Passada a segunda grande guerra, o movimento conseguiu chegar ao seu auge nos anos 60, a URSS havia emergido da guerra como uma potência econômica, Cuba e outros país fizeram revoluções anticapitalistas mesmo sem o apoio do partido comunista, esse último por sua vez demonstrou que para ter justiça social um pais não necessita ser rico. O mundo parecia estar à beira de uma virada para a esquerda, lutas políticas tiveram uma grande diversidade e se misturaram a lutas contra qualquer tipo de repressão. Mas com uma série de fatores levaram a esquerda a enfrentar duros tempos, os valores individualistas foram sucedendo aos da solidariedade e liberdade, a esquerda então refluiu como não poderia deixar de ser.
Na seção “Ser de Esquerda no Brasil” é onde Emir Sader dedica-se a analisar o caminho percorrido pela esquerda no país. Lembrando a pouca tradição do movimento, o autor destaca três gerações diferentes produzidas no país. Os comunistas, anarquistas e socialistas representam a primeira; movimentos ligados à luta armada encaixam-se na segunda, e a terceira geração de movimentos esquerdistas é composta pela resistência à ditadura nos anos 70 e 80 que se consolidou, e hoje representa a atualidade da esquerda brasileira. Fica muito perceptível que os movimento de esquerda no Brasil teve suas ações guiadas pelo comportamento da esquerda mundial descrito anteriormente, suas ações, estratégias, políticas foram configuradas pela conjuntura mundial, muitas vezes durante o texto o próprio autor acaba estabelecendo esta relação. Da mesma forma, partidos políticos como o PCB, PC do B, PTB, PSD, MDB, também foram se enquadrando da maneira que fosse mais conveniente. Na primeira geração, ser de esquerda era antes de tudo, lutar por condições sociais minimamente justas paras os trabalhadores, por democracia política se opondo frontalmente ao Estado dominado pelas oligarquias. Na segunda, não se tratava de avançar nas transformações sociais, mas de resistir da melhor forma possível à contra-revolução que se instaurava. Na terceira geração do movimento de esquerda, surgiu junto com o PT uma nova forma de esquerda, nascia um partido estreitamente ligado à sociedade civil, às mobilizações de suas organizações, às lutas das minorias, às reinvindicações libertárias.
Para concluir o livro o autor traz na seção “Nova direita? Nova esquerda?” uma curta análise da posição da direita no país durante todo esse período e acaba concluindo que hoje o movimento político de esquerda consiste em se contrapor a política neoliberal da direita, significa a afirmação dos direitos de cidadania para todos, significa priorizar as políticas sociais sobre as lógicas econômicas privatizantes. Ou seja, ser de esquerda hoje é participar da reinvenção concreta da uma nova sociedade, baseada na justiça social e na solidariedade.



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