Uma análise da circularidade de culturas em: O queijo e os vermes
(Carlo Ginzburg)
Ao pesquisar sobre bruxas e feitiçaria, Ginzburg deparou-se com o julgamente de Menocchio, um camponês, moleiro, que tinha pensamentos diferentes acerca de Deus e das religiões. Ao aprofundar-se nesses escritos, o autor deparou-se com um aspecto interessantíssimo na história, que era a circularidade entre as culturas dominante e popular. Ao penetrar no conteúdo do livro, vemos vários traços da circularidade. Como exemplo:
"Que um moleiro como Menocchio tivesse chegado a formular idéias tão diversas das correntes, sem nenhuma influência, pareceu improvável aos inquisidores". (GINZBURG, 2007, p.57). Nessa passagem o questionamento dos inquisidores em relação à "aparência" de Menocchio " ... um moleiro como Menocchio..." era de que como uma pessoa simples como ele poderia ter pensamentos tão adversos. Outro traço de circularidade pode ser notado ao perceber o vocabulário utilizado por Menocchio, por exemplo: Caos, santíssima majestade, anjos, etc.
Dando continuidade, percebemos que a imprensa foi a grande responsável pela circularidade de cultura, pois ela possibilitou a quebra do monopólio entre cultura escrita e poderosos (MELLO, 2006, p.149). Além disso, ela estabelecia novas formas de controle sobre o pensamento popular.
Lembrando que entre os "pontos" da circularidade, o erudito e o popular, dee haver um aspecto em comum, para que haja comunicação entre ambos, nesse sentido seria, creio eu, a cultura escrita, a qual ambos têm acesso.
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