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Guerra dos Tamoios
(Aylton Quintiliano)

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20 de janeiro: morreram todos! Reduzidas a cinzas, as aldeias indígenas. Silêncio sepulcral em Uruçumirim, o berço carioca. Morreu Potira, morreu Aimberê, o mais valente chefe nativo, morreu Iguassu, morreram portugueses e Estácio de Sá, atingido, veio a morrer um mês mais tarde.

Naquele 20 de janeiro nossos colonizadores escreveram uma das páginas mais torpes de nossa história e paradoxalmente, celebra-se o aniversário do Rio de Janeiro.

A Guerra dos Tamoios, livro de Aylton Quintiliano, jornalista, nordestino, filiado ao Partido Comunista Brasileiro, é leitura obrigatória para todos nós brasileiros. Resgata a verdadeira e dramática história de nossos antepassados: os índios, tantas vezes denegrida e distorcida pela ótica míope e pretensiosa dos colonizadores.

Passeando pela história dos verdadeiros donos desta terra, principalmente os que habitaram o sudoeste brasileiro: as tribos tupinambás, guaianases, carijós, camacuans e os goitacases e aimorés, tribos mais selvagens sediadas no interior, Quintiliano descreve hábitos e costumes da caça e da pesca, do gosto pela dança, pela música, a alegria inata e desmistifica outros como a antropofagia, a hostilidade.

Entre a narrativa, a ação dos jesuítas liderados por Manoel da Nóbrega e Anchieta que, equivocadamente, sob a razão religiosa buscaram a desagregação das tribos, procurando enfraquece-las, visando submete-las ao império português colonialista, através do servilismo e da própria escravidão.

Não houve uma tribo tamoia. Na língua nativa, tamoio quer dizer o mais antigo, o mais velho. E para defender sua identidade, sua cultura, sua legitimidade pela propriedade da terra invadida e não descoberta, os índios das diversas tribos se reuniram em conselho e confederaram-se. Deu-se então, a grande Confederação Brasileira em proteção a terra : “A Confederação dos Tamoios” – o primeiro movimento de resistência nativista.

Aylton Quintiliano descreve, com maestria, o cenário de tantas batalhas, nada aquém da grega Odisséia, ora vencida pelos portugueses, ora por nosso povo. Foram manobras táticas e políticas orquestradas por grandes caciques, tuxauas, entre tantos destaca-se a nobreza do caráter de Cunhambebe e Aimberê, que embora conhecedores de sua capacidade em guerrear, apenas buscavam e acreditavam na paz e em sua tolerância, a possibilidade de dividir a própria terra com os invasores.

Sob o pano de fundo de nossa história, deambulam os mais ricos personagens rumo a grande batalha final no palco da grande aldeia de Uruçumirim, às margens da Baia da Guanabara, atualmente Largo da Carioca. É lá que ainda hoje se ouve subliminarmente o ressoar dos tambores e maracas como o pulsar forte do mesmo sangue que até hoje corre em nossas veias – todos nós, brasileiros.

Iracema Regina Moreira de Souza – Jornalista



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