Influências do Banco Mundial no projeto educacional brasileiro
(H. ALTMANM)
O artigo aborda a questão da influência que o Banco Mundial (BIRD) exerce sobre o projeto educacional brasileiro. Analisa as características gerais da proposta de reforma educativa defendida pelo BIRD e as convergências entre as propostas deste e o projeto educacional implementado pelo governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). Discorre sobre as propostas deste em relação ao combate à pobreza, considerando o investimento em educação como a melhor forma de aumentar os recursos dos pobres. Pontua que o “pacote” de reformas apresentadas pelo BIRD contém vários elementos relacionados ao investimento à educação. Mostra as convergências entre as propostas do BIRD e a educação brasileira, citando a Lei das Diretrizes e Bases da educação (LDB) como exemplo da descentralização. Ressalta a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que objetiva estabelecer uma referência curricular nacional. Aborda os sistemas de avaliação, contextualizando as referências que inspiraram a implementação desses sistemas. Aponta a nova LDB como um fator que se estrutura em torno da flexibilidade e da avaliação e, portanto, os sistemas de avaliação que estão associados à melhoria da qualidade de ensino. Cita o Sistema de Avaliação de Educação Básica (Saeb), que objetiva gerar e organizar informações sobre a qualidade de ensino, através de pesquisas realizadas por esse sistema, os resultados dessa avaliação e a contradição desses com as declarações do ministro Paulo Renato. Ressalta a criação do programa de apoio financeiro as famílias carentes, o Bolsa-Escola, salientando a afirmação do presidente do BIRD, James Wolfensohn, em acreditar que esse tipo de investimento criará oportunidades para os pobres. Relacionado a esse tipo de programa, cita a pesquisa realizada por Pierre Bourdieu e Patrick Champagne sobre a crise da instituição escolar na França em relação à inserção de categorias excluídas à escola. Ao final frisa sobre a “democratização” do ensino no Brasil, afirmando que o acesso à educação básica provavelmente consiga desenvolver capacidades básicas para atender a demanda do mercado por trabalhadores flexíveis e, portanto, garantir um maior controle e estabilidade social.
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