Nada pior que a sala de aula para o portador de TDAH
(Paulo Junqueira)
Novas medidas educacionais precisam ser implementadas para portadores de transtornos mentais. Para crianças com TDAH por exemplo, que costumam ser desatentas e inquietas, nada mais terrível do que enfrentar aulas chatas, monótonas e repetitivas, e ainda para piorar, a certeza de que o “ano já está passado”... Há que convir que a motivação vai a zero ou abaixo de zero... O TDAH é o transtorno neuropsiquiátrico mais comumente observado em serviços especializados para crianças e adolescentes. Sua prevalência é estimada em cerca de 5 a 7% em crianças de idade escolar, o que significa que para uma turma de mais ou menos trinta alunos, um a dois alunos podem ser portadores do transtorno. E o resultado disso tudo não poderia ser diferente: a incidências de crianças e adolescentes que repetem um ou mais anos é muito superior aos controles, bem como o abandono escolar, transtornos de conduta, dificuldades de interação social e problemas com drogas e tabaco. Gravidez precoce e acidentes de trânsito são condições que também ocorrem muito mais freqüentemente em portadores de TDAH do que os que não têm o problema. Quando não diagnosticado ainda na infância, o problema fica pior, pois os sintomas se internalizam, os adolescentes e adultos já não ficam tão elétricos e a sensação é de que a pessoa ficou boa. Mentira. Estudos avançados de neuroimagem e neurogenética mostram claramente que o TDAH evolui em 70% das vezes para a vida adulta. Daí que uma das queixas mais comuns de pacientes com TDAH é: “- eu não sei porque eu não consigo nada na vida, eu sou um cara inteligente, esperto, já fiz tantas coisas na vida, mas nada dá certo pra mim... porque será?”
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