Primo Basílio
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Mesmo fugindo do enredo original, o filme brasileiro Primo Basílio traz o fio da narrativa criada por Eça de Queirós. Numa adaptação dentro do contexto brasileiro, podemos perceber que uma obra de arte continua sendo uma obra de arte, mesmo sendo lida de modo diverso. A história é a mesma: o triângulo amoroso entre Luísa, Basílio e Jorge (a esposa, o amante e o marido). São Paulo, anos 50, a nova capital da República a ser construída, e Jorge precisa partir para Brasília deixando Luísa sozinha com sua vidinha pequeno burguesa. Duas empregadas, uma casa confortável, uma vida invejável é o que tem Luísa. Todavia, o elemento estimulador, para que o quadro se modifique, é o primo que chega de Paris, Basílio, levando Luísa a ficar divida entre o que é cômodo e o que é aventureiro e devasso. Toda a sua vontade de viver plenamente aquela paixão, junto ao primo, escoa pelo ralo quando ela cai em si e é surpreendida pelas chantagens da empregada Juliana, que a atemoriza diuturnamente. Daí em diante, Luísa cai das nuvens literalmente, e vai vivendo suas angústias até a sua morte fatalista. É uma boa adaptação, mas ainda não é das melhores. A boa interpretação de Luísa (Debora Falabella) é o que salva a película.
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