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A arquitetura da Catástrofe
(Alexandre Carvalho - 'Superinteressante')

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O último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) já previu que a culpa do aquecimento global é nossa e ponto final. As consequências já estão aí batendo em nossas portas e não há como e nem para onde fugir. Tudo bem que empresas poluidoras plantem florestas para sequestrar o excesso de CO2 que elas próprias lançam na atmosfera. Muitas pessoas até já se acostumaram a trocar lâmpadas comuns pelas fluorescentes; outras preferem andar de bicicleta a usar veículos automotores poluidores. Milhares de pessoas já saíram espantadas do cinema ao assistirem o filme de AL Gore. É tudo muito bonito, mas é pouco. Tudo o que fizemos até agora foi muito pouco e não conseguimos ainda estancar o aquecimento global. Regiões vulneráveis são uma preocupação a mais. Mas ideias vêm surgindo, principalmente no ramo da arquitetura e engenharia. É necessário preparar as cidades para o pior. Como prepará-las é o maior desafio de pesquisadores e arquitetos.
Michael Glantz, diretor do "Consortium for Capacity Building", da Universidade americana de Colorado, tem como missão ajudar os países vulneráveis aos perigos das mudanças climáticas. Por exemplo, lugares muito úmidos tendem a ficar encharcados e precisam de iniciativas práticas e urgentes. Governos e iniciativas privadas precisam investir recursos na prevenção de problemas que podem aparecer no futuro, deixando assim a população mais aliviada. Na Holanda as construções já estão se adaptando às futuras grandes enchentes. O país, que está abaixo do nível do mar, vive este pesadelo constante. Mas antes que o país vire uma "Atlântida", os arquitetos de lá já mexeram os pausinhos, ou melhor, os tijolos. Uma empresa de construção local - Dura Vermeer - já ergueu 32 casas anfíbias, capazes de boiar nos casos de elevação dos níveis de água. As casas flutuantes já estão prontas e habitadas e se situam na Vila de Maasbommel, lugar cheio de diques e recortado por rios. Por 40 mil euros é possível comprar uma dessas 'casinhas', e então é só esperar a enchente chegar.  
Em Londres, o museu de arte moderna "Tate Modern Galery" já se rendeu à engenharia da catástrofe.  O museu funciona em uma antiga estação de energia elétrica desativada à margem do rio Tâmisa. Muita umidade é o inimigo número um de quadros de arte. Caso o rio transborde é preciso evitar que quadros famosos vão por água abaixo. Mas engenheiros antenados já encontraram a solução.  Colocando mais material no solo e elevando a altura da margem foi possível aumentar também a distância entre a construção e a beira do rio. E as estações de esqui? Para que a atividade não entre em extinção é preciso ter pelo menos 30 cm de neve nas pistas por 100 dias no ano. Com o simples aumento de 1ºC na temperatura várias dessas estações podem desaparecer. Para este problema surgiu o canhão de neve artificial, uma engenhoca que mistura água e proteína biodegradável capaz de cristalizar as moléculas de água e manter o gelo por um bom tempo.
Se você pensa que o Canadá é só um país gelado está enganado. A população de Toronto sofreu muito com o calor nos anos de 2006 e 2007, com sensações térmicas que chegaram a 50ºC! Na onda do aquecimento global e já prevendo que as coisas piorem ainda mais, a cidade resolveu construir 7 centros de resfriamento, que ficam abertos durante os alertas de calor intenso e tem entrada gratuita. Dentro desses centros os canadenses recebem ar fresco dos aparelhos de ar condicionado, água gelada e lanche. É mais utilizado em casos de emergência de calor excessivo, e 10 minutos é tempo suficiente para uma pessoa esfriar o corpo e sair de lá revigorada. 
Outra maneira de se preparar para um futuro bem mais quente no planeta é fazer do telhado seu jardim. Com o aumento da precicpitação das chuvas, toda a água é absorvida por esses jardins suspensos, impedindo que escorra pelo asfalto e inunde as ruas da cidade. Na Alemanha várias construções já aderiram a essa ideia. Colocar película nas janelas para filtrar o calor do sol também é uma boa saída. Se hoje mosquitos como o da dengue já causam um enorme prejuízo à saúde pública, imagine num futuro próximo, com todas essas mudanças climáticas. Pneus e garrafas cheios de água parada, calor intenso e muita umidade é o cenário ideal para o aumento descontrolado dessa e de outras doenças tropicais. 
Segundo pesquisas da ONU, 200 milhões de pessoas vão sair de suas cidades até 2050 por conta das mudanças climáticas. É preciso que novos projetos arquitetônicos e de adaptação cheguem o mais rápido possível em todos os cantos do planeta.



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