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Da Oralidade à Escrita: Breve Panorama (Parte 1).
(Sidmar Junior)

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A oralidade, de forma essencial ou complementar, desde os tempos mais remotos até hoje e em todos os povos, sempre esteve presente. Levando em consideração por quantas vezes sua validade esteve em discussão em todas as épocas, tem-se idéia da sua importância.

Em fins da Idade Média, começou-se intensa discussão sobre o papel da oralidade pós-imprensa, afinal, será que a oralidade continuaria sendo uma importante transmissora de informações após a difusão (em larga escala) da informação escrita?

Para responder a questão anterior, faz-se necessário um rápido estudo da escrita, assim vê-se não só que a questão já não era tão nova (já em fins da idade média), como também que a ‘fala/escrita’ não exercem relação de ‘transição/aprimoramento’; ou seja, a oralidade não é um mero estágio de transição daquilo que mais tarde vem a se aprimorar e se chamar escrita.

Data-se entre VI e I A.C o surgimento, no Egito, da escrita. O caráter extremamente funcional e sua restrição à aristocracia da época fizeram com que sua importância fosse muito restrita; ou seja, o fato de a escrita ter nascido da necessidade do controle administrativo de sacas de grãos e cabeças de gado, tornou-a muito pouco usual, e o fato dela ter-se limitado a um grupo restrito chamado Escribas,tornou-a pouco popular e comum. Continuou a predominar então, durante muito tempo, a tradição oral.

Com o passar dos tempos a evolução da escrita permitiu a aparição de dois grupos de escritores no Egito: o religioso (hierático ou sacerdotal) e o popular (demótico). É importante ressaltar que, apesar de ter existido um movimento demótico, a predominância da escrita no Egito continuou essencialmente religiosa, e mesmo o movimento popular, era exercido por uma elite. No entanto, esse avanço da escrita foi de total importância para o desenvolvimento do alfabeto Alifato, que por sua vez derivou o grego.

Na Grécia se passa uma fase intermediária, nela a escrita irá entrar em choque frontal com a oralidade, que de tão importante, era considerada uma tradição, daí o nome ‘Tradição Oral’. O caso é que, na origem da filosofia, os seus transmissores mais antigos se opunham à forma escrita, não só porque grande parte da população não era letrada, como também pelo fato de que a transmissão oral era bem mais rápida e muito mais fácil de ser espalhada numa espécie de ‘telefone sem fio’ da época.

No entanto, a passagem de obras famosas da tradição oral (como "Ilíada" e a "Odisseia") para a escrita, fez com que filósofos como Platão (428 ou 427 a.C) repensassem o modelo, estudando suas vantagens como, por exemplo, a possibilidade de uma obra passar para a posterioridade. Ao contrário deste foi Sócrates (470 ou 469 a.C), mestre de Platão. A discussão culminou até em obras filosóficas destinadas diretamente à questão ‘oralidade x escrita’ como, por exemplo, a "Antígona" de Sófocles (496 a 405 a.C).



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