Exteriorização da subjetividade 
(Jurandir Freire Costa)
  
  - O termo globalização é muito vago para funcionar como causa teórica ou empírica de qualquer coisa que seja.
 - O sujeito é uma realidade psíquica histórico cultural e não algo invariável no tempo e no espaço.
 - O neoliberalismo econômico estimula comportamentos subjetivos necessários a sua manutenção.
 - O sujeito da moral hodierna se tornou indiferente ou pouco sensível a compromisso com os outros e a projetos duradouros.
 - Não delegamos mais nem a religião, nem a família, nem a política o papel de dar sentido à vida. Substituímos tais instâncias pela “mitologia” científica. 
 - O sentido da vida foi deslocado para o debate científico. No lugar da “excelência da vida virtuosa” surge um novo padrão, a “qualidade de vida”.
 - A qualidade de vida tem como referenciais privilegiados o corpo e a espécie. Em vez do sujeito moral, o corpo biológico individual; em vez do sujeito político coletivo, da espécie humana.
 - O cuidado de si, anteriormente voltado para o desenvolvimento da alma, do sentimento e das qualidades morais, migrou-se para a atenção para com a longevidade, a perfeição da saúde físico, mental e a juventude.  
 - Atualmente, o mundo não é mais a cidade política nem a cidade terrena, é a “cidade ambiental”.
 -  As antigas instâncias da modernidade como: família, religião e Estado não funcionam mais como autoridades de referências. Atualmente, os indivíduos são inspirados pelos modelos impessoais da mídia e da publicidade.
 - O corpo se tornou a vitrine compulsória, permanente devassada pelo olhar do outro anônimo, de nossos vícios e virtudes, fraquezas e forças. Hoje, somos o que aparentamos ser, pois a identidade pessoal e o semblante corporal tendem a ser uma só e mesma coisa. 
 - Atualmente, desenvolvemos uma espécie de hipersensibilidade a qualquer problema da esfera da aparência corporal. O mal do século é o mal do corpo.   
 
  
 
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