Ray
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O filme aborda a trajetória artística de Ray Charles - um ícone da música negra nos Estados Unidos. Detendo-se aos anos em que firmou sua carreira, mostra as dificuldades que o artista enfrentou por ser negro e deficiente visual. O filme intercala as cenas de sua jornada musical com flashes de memória de sua infância perturbada. De origem pobre, ficou órfão na adolescência e, antes de ficar cego, testemunhou a morte de seu único irmão George, que escorregou e caiu em uma grande tina de lavar roupas e se debateu até a morte diante de um atônito Ray. Durante boa parte da vida, Ray Charles carregou o fardo de se sentir culpado pela morte do irmão, ainda que também fosse uma criança pequena quando o acidente ocorreu. Meses após essa primeira tragédia pessoal, o menino Ray começa a perder a visão, acometido por algum tipo de doença que ele nunca soube do que se tratara.
A partir do momento em que o músico passa a viajar em turnê pelo país, toma contato com o vício em heroína de outros músicos que o acompanhavam e pede para experimentar a droga. Esse vício passa a fazer parte de sua rotina durante muitos anos, causando uma série de transtornos pessoais e profissionais. Seu casamento com Della Beatrice, uma cantora gospel, foi profundamente abalado tanto pela dependência química quanto pelo lado mulherengo do artista, que teve casos com várias mulheres que integraram suas turnês.
O filme também retrata o pioneirismo de Charles na luta contra a segregação racial, quando se recusou a cumprir um contrato no estado da Geórgia, deixando de se apresentar em um local quando soube que a pista de dança estava reservada aos brancos. Foi o primeiro artista a se engajar nessa luta e sofreu graves consequencias ao se posicionar, chegando a ser banido daquele estado. Cerca de vinte anos depois desse incidente, a câmara estadual se retratou e reconheceu a importância de Ray no combate ao racismo.
Além de contar com uma fotografia primorosa, o filme traz uma trilha sonora de qualidade, mostrando o esforço do músico em alcançar um estilo próprio, unindo Rithm and Blues ao Gospel. Essa ousadia gerou polêmica e manifestações entre os cristãos, mas o resultado musical foi de tamanha qualidade que superou quaisquer problemas de cunho religioso.
Ao chegar a seu limite no uso da heroína, Charles se submete a um tratamento para desintoxicação, após ser preso pelo porte da droga. Durante esse período tem vários flashes de sua infância e promete a sua mãe que nunca mais usará a droga, o que consegue cumprir até sua morte em 2004.
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