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Interacções humanas e validade interna dos estudos
(Amaral F)

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Nos estudos de grupos populacionais, as interacções sociais, próprias das actividades humanas, podem conduzir a conclusões que não são directamente causadas pelo programa ou tratamento dirigido ao(s) grupo(s) estudado(s).
A maioria destas ameaças ocorrem porque os grupos, os investigadores e outras pessoas envolvidas na investigação, ainda que conscientes do papel que desempenham no estudo, têm contacto uns com os outros.
Tomemos como exemplo dois grupos de estudantes da mesma escola e do mesmo nível de ensino. No início do estudo os dois grupos têm o mesmo nível de conhecimentos. Apenas a um deles é aplicado um programa de formação em matemática e o outro é o grupo controlo. Pretende-se saber em que medida o programa de formação vai contribuir para a aquisição de competências em matemática, comparando os conhecimentos dos dois grupos, numa avaliação final, após o programa.

Difusão ou imitação do tratamento. Acontece por exemplo, quando o grupo controlo tem conhecimento, directa ou indirectamente, dos conhecimentos adquiridos pelo grupo que recebe formação específica.

Rivalidade compensatória. Neste caso, o grupo controlo esforça-se por adquirir as mesmas competências do grupo em estudo, mas motivados por um sentimento de rivalidade. Pode acontecer que o grupo controlo seja mesmo incentivado por professores para "fazer ver" ao grupo em estudo que também são capazes de adquirir os mesmos conhecimentos, apesar de não terem acesso ao mesmo programa de formação.

Desmoralização. Esta é a ameaça à validade interna do estudo, oposta às anteriores. Neste caso, o grupo controlo, descontente, revela propositadamente na avaliação final um nível de conhecimentos mais baixo do que aquele que realmente tem, aumentando a diferença entre os dois grupos.

Equalização compensatória do tratamento. Nesta ameaça à validade interna dos estudo, estão envolvidos os próprios investigadores. Pode acontecer que os professores e /ou os pais dos alunos do grupo controlo, considerem que estes ficam em desvantagem em relacção ao grupo que recebe o programa e pressionem os investigadores para que compensem este grupo com outro programa de formação. Este programa de compensação pode interferir nas conclusões do estudo.

A interacção humana interfere e está sempre presente nos estudos de investigação que envolvem as pessoas. A interacção pode ser reduzida se os grupos formados não se conhecerem (por exemplo, se o grupo controlo e o grupo ao qual é dirigida a formação pertencerem a escolas diferentes) mas nunca poderá ser totalmente eliminada: haverá sempre a possibilidade de que as interacções humanas interfiram na avaliação de relações causa-efeito.



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