Revista Época
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Atualmente os critérios usados para detectar se uma criança é ou não autista são muitos, e por serem flexíveis geram estimativas diferentes: enquanto estudos da Inglaterra sugerem que o Brasil tenha cerca de 1,8 milhão de autistas, estudos realizados no Canadá chegaram a uma proporção mais modesta de 13 autistas para cada 10 mil.
Embora não haja uma cura para o autismo, muita coisa pode ser revertida, e quanto mais cedo for detectado e trabalhado, melhor. A psiquiatra Rosa Magaly Moraes relata que algumas mães deixam seus filhos autistas amarrados na cama para ir trabalhar, porque não tem com quem deixa-los. O derrotismo é um dos principais inimigos da criança porque muitos médicos, ao detectarem o autismo tratam o caso como se não houvesse solução alguma. Há também certa dificuldade em diagnosticar muito cedo o autismo na criança porque ele não é uma doença, sendo definido pela psiquiatria moderna como um distúrbio ocorrido no desenvolvimento do cérebro. Como, onde e porque isso ocorre ninguém descobriu. Existem ainda indícios de que as causas seriam múltiplas: prova disso são as diferenças encontradas entre os próprios autistas. Um autista pode ser superdotado ou deficiente mental, pode ter uma coordenação motora excelente ou péssima. Por essas análises a visão que se tem do autismo está mudando, e hoje se fala em espectro autista, que abrange uma série de distúrbios indo do autismo clássico, com retardo mental, à síndrome de Asperger, uma forma mais branda, muitas vezes associada a um QI acima da média.
O problema é que diagnóstico é apenas o primeiro passo que o Brasil precisa enfrentar, em seguida há o tratamento que deve ser individual, e envolve uma série de profissionais.
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