O CISNE CANTA ANTES DE MORRER - Fábulas
(ESOPO)
Conta Esopo... e canta o cisne... Diz o fabulista que um chacareiro criava duas aves. Um, o ganso, se destinava a ser assado e comido. O cisne, pela fama de possuir lindo canto melodioso, se destinava a ser enfeite e melodia. Mas, uma noite se resolveu a sacrificar o ganso e errou, colhendo o cisne, que, prevendo o fim, pôs-se a cantar. Seria para avisar que ele era o cisne? Em outras versões se diz que, como o cisne estava lá há muito tempo sem ter emitido seu belo canto, o dono o teria amaldiçoado: Ias morrer por não cantar, e de hoje em diante irás morrer depois de cantar. De início parece que é uma chacota de Xantos para justificar que daí em diante os cisnes só cantam ao saber que vão morrer. Na edição que tenho em mãos se dá como moral da fábula – “às vezes a música faz adiar o fim”... Poderia ser outra: “Ao serem condenados todos podem defender-se”, não acham? Hehehe... O nazibolchevismo não aceita defesa, (não adianta o canto do cisne... vai morrer mesmo, né?) A VERDADE BIOLÓGICA – o cisne, como a maioria das aves, possui a glândula “siringe”, espécie de cordas vocais na saída da traquéia e que é a responsável pela modulação do seu canto. No caso do rouxinol, além da grande riqueza de fibras na siringe, ele possui manejo do longo tubo da respiração e consegue modular melodias indefinidamente belas e variadas, o que também acontece com a voz de muitas aves. No caso do cisne, esse órgão não consegue articular melodias até depois de sua reprodução e amadurecimento total. Talvez por isso mesmo fica vulnerável ao esforço de cantar, rompendo uma veia que passa pelo órgão, e morrendo em conseqüência disso.
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