Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais
(Paulo Dalgalarrondo)
Capítulo 2
A psicopatologia é o ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental – suas causas, as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação.
Limites da psicopatologia: Embora o objeto de estudo seja o homem na sua totalidade, os limites da ciência psicopatológica consistem precisamente em que nunca se pode reduzir por completo o ser humano a conceitos psicopatológicos.
Forma e conteúdo dos sintomas
Em geral, quando se estudam os sintomas psicopatológicos, dois aspectos básicos costumam ser enfocados: a forma dos sintomas, isto é, a sua estrutura básica, relativamente semelhante nos diversos pacientes (alucinação, delírio, idéia obsessiva, etc.), e seu conteúdo, ou seja, aquilo que preenche a alteração estrutural (conteúdo de culpa, religioso, perseguição, etc.). Este último é geralmente mais pessoal, dependendo da história de vida do paciente, de seu universo cultural e da personalidade prévia ao adoecimento.
De modo geral, os conteúdos dos sintomas estão relacionados aos temas centrais da existência humana, tais como sobrevivência e segurança, sexualidade, temores básicos (morte, doença, miséria, etc.), religiosidade, entre outros.
A ordenação dos fenômenos em psicopatologia
Classicamente, distinguem-se três tipos de fenômenos humanos para a psicopatologia:
1. Fenômenos semelhantes em todas as pessoas : De modo geral, todo homem sente fome, sede ou sono. Aqui se inclui o medo de um animal perigoso, a ansiedade de uma prova difícil, o desejo por uma pessoa amada, etc. Embora haja uma qualidade pessoal própria para cada ser humano, essas experiências são basicamente semelhantes para todos.
2. Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes: São fenômenos que o homem comum experimenta, mas apenas em parte são semelhantes aos que o doente vivencia. Assim, todo homem pode sentir tristeza; mas a alteração avassaladora, que um paciente com depressão psicótica experimenta é apenas parcialmente semelhante à tristeza normal.
3. Fenômenos qualitativamente novos, diferentes: São praticamente próprios apenas a certas doenças e estados mentais. Aqui incluem-se fenômenos psicóticos, como alucinações, delírios, turvação da consciência, alteração da cognição nas demências, entre outros.
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