O CERVO GALHEIRO E O LEÃO - fábulas
(ESOPO)
É assim que conta Esopo: Um belo cervo com sua coroa esgalhada de chifres, orgulhoso dessa distinção, um dia foi atacado por um Leão. Saiu em desabalada corrida pela campina, ganhando boa dianteira com suas grandes passadas e maiores saltos. Porém, ao entrar para a floresta, sua coroa de inúteis chifres se prendeu na ramada e foi abatido pelo Leão. Ele próprio se lamenta, dando a moral da história: A minha coroa de que tanto me orgulhava foi a minha ruína e as pernas, que sempre desprezei, seriam minha salvação. Os repetidores gostam de dizer que é assim: muitas vezes os amigos em que confiamos são os que nos traem e seríamos ajudados pelos que desprezamos. Mas, seria somente isso? Rebuscamos na Suméria e encontramos a chave perdida. Ah! Se os grandes e burocráticos Impérios tivessem ouvido essa lição! A coroa do cervo são os cargos de que as pessoas tanto se orgulham quando os ocupam. E as pernas são as obras que teriam que ter feito, para garantir que na chegada do Leão (Juiz) não estariam emaranhados na floresta dos erros cometidos. Do mesmo modo os burocratas de hoje se orgulham da coroa de seus títulos e não se preocupam em ser eficientes em sua função; um dia serão devorados pela cipoeira dos erros cometidos. Outro tanto diremos dos demagogos que exibem a coroa de seus mandatos sem cuidar de que foram eleitos à espera de bons governantes. Pernas (votos) desprezadas. No mesmo sentido fala Jesus Cristo e repete Paulo de Tarso que não basta bater no peito e orgulhar-se de sua fé, sem fazer sua obra em amor ao próximo, para ser salvo. CONCLUIMOS – Cuidemos de nosso suporte invisível que desprezamos e confiemos menos em nossas coroas materiais de que tanto nos orgulhamos.
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