O fenômeno da esquizofrenia religiosa
(Jean Carlo de Oliveira Ferreira)
celebração ao surgimento de heróis da vida moderna ou pós-moderna
Lembro de uma fala que inicia o filme dos incríveis, aquela simpática família da Disney, formada por:
Beto Pêra, O sr. Incrível, "Aqui está um cara que literalmente é capaz de saltar prédios altos e fazer todos os tipos de coisas super-heróicas, mas isso não é o que o torna especial. Foi com sua estrutura de valor e força moral, não seus feitos poderosos, que eu realmente me identifiquei. Ele é uma dessas pessoas que, de fato, eu gostaria de conhecer e ter a chance de apertar a mão, porque ele sabe o que conta e tem um bom entendimento de si mesmo e de sua família". por Helena Pêra, a Mulher Elástica, Indo salvar seu marido quando a situação estava periclitante surge a pequena matriarca da família, Helena, antigamente conhecida como a super-heroína ultraflexível Mulher Elástica. Essa personagem foi criada em parte como uma celebração da típica mãe moderna que, diz Bird, "tinha de se esticar em centenas de diferentes direções diariamente". (http://criancas.hsw.uol.com.br/filme-os-incriveis4.htm)
E seus três filhos: Violeta Pêra, uma adolescente em fase de transição para a vida adulta, Flecha Pêra um típico menino de dez anos de idade, e Zezé um adorável bebê.
Todos os integrantes são super-heróis, cada um com seu poder específico. O pai é o herói principal, e não poderia ser diferente, pois em uma reprodução cinematográfica de nossa sociedade paternalista, é obvio que o homem ganharia lugar de destaque. Esse é outro assunto, que poderemos conversar em outro momento. Bom, mas a fala a qual me referi anteriormente é a seguinte: “Ninguém consegue ser super herói o tempo todo.”
Desde que assisti esse filme, fiquei tremendamente impressionado, com a idéia de super-herói da vida real. Não aqueles que fazem parte de nossa infância lúdica e imaginativa, como homem aranha, batman, mulher maravilha, esses personagens que nos viram crescer, mas aqueles que fazem a vida acontecer diariamente, aqueles que movimentam a realidade do cotidiano, aqueles que suam, que cansam, que estressam, que erram, que se arrependem, que “mostram a cara”, aqueles que são os heróis da vida, que dão a vida pelos filhos e pela família, que não pensam sequer uma vez, antes de se envolverem em algum risco, qualquer que seja, para proteger sua cria e seu núcleo familiar.
Quando pensei em escrever esse artigo não imaginei, que ele me levaria tão contundentemente a pensar sobre família, porque meu objetivo inicial era fazer uma crítica ao modelo “de heróis” que líderes religiosos tentam assumir em nossa sociedade tão fragilizada pela crise em todos os gêneros. Família, finanças, emocional, e etc. E em fazer essa crítica vou tentar concentrar a partir de agora minha reflexão.
Como disse, associei também o filme, aqueles que vendem a imagem de super-heróis pra milhares de pessoas predispostas a acreditarem na figura de um herói, e mais, carentes de encontrarem alguém que faça as vezes um titã, de um infalível, de senhor da vida e de provedor de soluções, num tempo com tantas perguntas a serem respondidas.
Definitivamente, fico estupefato com a quantidade de homens e mulheres que utilizam a mídia, com uma estratégia poderosa de marketing pessoal, e de auto exaltação, para convencer as pessoas de que neles está o poder da divindade a que dizem servir. È impressionante!
Também escrevem ou falam discursos, é preciso reconhecer, muito bem elaborados, cercam-se do melhor que há em qualidade áudio/visual. Coisa de cinema! De cinema, também é o conteúdo de seus belíssimos discursos. Falácias, mentiras, enganação, que induzem as pessoas a incorrerem na mesma expectativa que tínhamos enquanto crianças, quando quase nos jogávamos de alguma altura esperando voar como o super-man.
Impressionante como esses falsos titãs da religião, têm a cara de pau, de tomar posturas tão antagônicas as dos heróis da ficção. Na verdade o papel deles, mas se assemelha ao dos vilãos, como o pingüim inimigo mortal do batman, ou Lex Luthor, esses caras do mal.
Cito aqui, Arnold Gehlen, que já em 1957 percebeu que:“Cada vez menos pessoas agem na base da orientação pessoal e de valores interiorizadas... Mas porque há cada vez menos pessoas assim? Obviamente porque a atmosfera econômica, política e social se tornou difícil de entender intelectualmente, e de cumprir moralmente, e porque ela muda num passo acelerado... Num mundo em que tais coisas prosseguem, qualquer crença em princípios de orientação constantes corre o perigo de recusar esse mínimo de confirmação externa sem o qual ela não pode sobreviver.
Eu particularmente cansei, cansei mesmo. Cansei de perder tempo com homens que admirava como a super incríveis, homens que falam em nome de Deus, e que quando falavam, eu imaginava ver, em seus rostos a fumaça da divindade, era como se a qualquer momento o brilho do encontro deles com Deus fosse reluzir em seus rostos. Intocáveis, inaccessíveis, acima do bem e do mal, até conviver pouco tempo e perceber, que seus objetivos finais, a despeito do meio que utilizam, a dizer a fé pessoal, são simplesmente manipular pessoas e sistemas religiosos, e aproveitarem do que isso pode lhes render, para a realização de projetos pessoais.
Ini
Celebro aqui, finalmente o surgimento ou o reconhecimento, daqueles que realmente merecem esse título, e que não tem o mínimo interesse no que temos ou podemos oferecer, mas o único desejo, de que sejamos felizes e bem sucedidos.
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