Resumo de Histórias de mulheres

Rosa Montero prende-nos com uma escrita de fácil leitura e a Asa ajuda com o grafismo simples, e as páginas arejadas.
Na Introdução, a autora fala da distinção que foi feita, durante anos, entre homens e mulheres, refere funções e hierarquias. Existiram mulheres que cedo se questionaram acerca do seu papel na sociedade, entre elas, a francesa Christine de Pisan que, em 1405, escreveu La Cité des Dames ( A cidade das damas ).
Ainda na Introdução, Rosa Montero explora algumas personificações femininas, nomeadamente a das Deusas omnipotentes, como o caso da Deusa Branca Mediterrânea, sobre a qual Robert Graves escreve um livro; da Vénus, Deusa da fertilidade na Pré-história, cuja Willendorf é um representação bojuda, gorda, deliciosa conetando as mulheres com o seu poder de procriar e as Deusas de pedra no Neolítico.
A partir da Introdução, a escritora percorre a história de algumas mulheres. Deixo aqui o destaque para as duas primeiras: Agatha Christie e Simone de Beauvoir.

Agatha Christie, a eterna fugitiva
Nasceu em 1890. Clara era o nome da sua mãe. Na altura, a escritora fora baptizada com o nome de Agatha Miller.
Convívio com os escritores do grupo de Bloomsbury, do qual faziam parte Virginia Woolf e Lytton Stratchey, e que “… construíram as suas obras aceitando a desordem e a fragmentação da existência, e entraram assim literariamente no séc. XX.”
Escreveu 79 Romances e 19 Peças de teatro.
Na infância experimentou a decadência.
Archie Christie foi o seu primeiro marido, do qual teve Rosalind.
Voltou a casar com um homem chamado Max Mallowan, sendo este 15 anos mais novo. Na época, não foi bem vista pela sociedade dos anos 30.
Viajou muito.
Mary Westmacott era o seu pseudónimo em romances “sérios”.
Janet Morgan retratou a sua vida, ao publicar a sua biografia.
"Vem e diz-me como vives", Agatha Christie
Agatha Christie criticou Dunne, Marcuse, Chomsky, Freud, Jung, Moore e Wittgenstein.

Simone de Beauvoir, Vontade de ser
Nasce em Paris, no ano de 1908, fazendo parte de uma família da alta burguesia com presunção da antiga aristocracia. Morreu em 1986.
Simone vive também a decadência ou a falsa riqueza. Algo que provou logo na infância à semelhança de outros escritores.
Esta mulher afastou-se do círculo familiar, estrapolindo os valores burgueses, mas não deixou o seu sentido elitista da vida, mantendo a altivez e arrogância. As suas características são o facto de ser uma mulher forte, independente, precisa, trabalhadora, congelada e implacável, assim a descreve Rosa Montero.
A autora de Histórias de Mulheres sublinha o legado que a escritora francesa deixou ao mundo feminino: “... Simone ensinou que a mulher podia ser por si própria, além de estar com.”
Simone, com o pseudónimo Castor, assume a sua bissexual, sendo Nathalie uma das suas jovens amantes, bem como as suas alunas Olga e Louise, e Sylvie, com trinta anos de diferença, a qual foi adoptada legalmente pela escritora.
Venerava Sartre, este era uma excepção ao seu sentimento de superioridade, embora neste caso tivesse elementos para tal, pois num exame final de filosofia, embora tivesse ficado no 2º lugar, atrás de Sartre, ela é que era a verdadeira filósofa. Simone tinha 21 anos quando conheceu Sartre, tendo este 24 anos.
A vida amorosa da autora não fica apenas pela vivência, ela transporta-a para a sua obra. A personagem de Os Mandarins, escrito por Simone de Beauvoir, recebe fortes influências de Nelson Algren, escritor norte-americano, amante da escritora.
Claude Lanzmann, jornalista, 17 anos mais novo do que ela, foi o único homem com quem viveu.
Montparnasse foi o bairro parisiense onde Simone fez a sua vida, por lá passaram Trotski, Lenine, Modigliam, Cubistas ( Picasso ), surrealistas ( Breton, Aragon ), entre tantos outros.
Montero ressalta três obras da autora: A Convidada, o Segundo Sexo e A Cerimónia do Adeus.
Francis e Gontier foram os biógrafos de Simone de Beauvoir.

Resumos Relacionados