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Tartarin de Tarascon
(Alphonse Daudet)

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Tartarin, vivia em Tarascon, no sul de França, numa casa de paredes brancas. Tinha um escritório cheio de livros e uma colecção de armas de todo o mundo,
Tartarin, era um homem, baixo e gordo. Um sonhador, desejoso de viagens de aventuras e glórias. Apesar de rico, nunca tinha saído da terra.
Quando ía ao grémio, saía armado, sempre à espera que “eles” aparecessem… um índio, um urso, um pirata… Só se cruzara com um cão vadio.
Chegou a ter convite para ir a Xangai, mas nunca foi, o que, não o impedia de relatar aventuras da viagem e da estadia.
Era o típico homem do sul, não mentia, equivocava-se, tinha miragens.
 Começou a constar que ele pretendia partir para a Argélia, à caça de leões.
De novo, o tempo passava e ele não partia.
Um dia, aconselhado pelo comandante Bravida, comprou malas, um diário de viagem, alimentos em conserva, carne seca, uma tenda, botas de marinheiro, uns óculos azuis, vestiu-se de turco e partiu para Marselha de comboio de onde embarcou para Argel, no navio Zuavo.
Teve uma péssima viagem, sempre enjoado, enquanto os outros se divertiam Tão mal passou que, quando os motores do navio desligaram para a atracagem, saiu a correr do camarote, pensando que se estavam a afundar.
Para espanto seu, em Argel, o único turco, era ele.
Tão desejoso estava de aventuras que, confundiu os carregadores do cais, com piratas e preparou logo as armas para disparar.
No dia seguinte, fez-se à estrada, com as armas e a tenda às costas, para o deserto.
 Um dia, ao anoitecer, atrás de umas moitas, vê quatro patas curtas, um pescoço, dois olhos enormes cintilantes e faz fogo: Pan!... Pan!... Ouviu-se um urro medonho e doloroso.
De manhã, segue o rasto de sangue e vê horrorizado que acertara num burricote.
Não fossem os duzentos francos que pagou pelo burricote que, nem dez francos valia e estaria metido numa grande confusão.
Até o dono do burricote lhe disse que ali não havia leões, tinha de ir mais para sul.
Voltou a Argel de autocarro, pronto a abalar para o sul.
Durante a viagem, Tartarin encantou-se por uma moura, toda coberta dos pés à cabeça, mas de olhos meigos e muito tentadores.
Nunca mais se lembrou dos leões! Só pensava na sua dama encantada que, procurou durante semanas, na cidade velha.
O príncipe de Montenegro, que conhecera na viagem de navio, descobre-lhe a dama. Contudo, foi preciso comprar muitos cachimbos ao irmão, para Tartarin poder ver a bela”Baia”. Quando a viu, pareceu-lhe mais baixa e mais gorda, mas devia ser das roupas, pensou ele.
Comprou uma casita no lado árabe da cidade, onde viveram felizes e sossegados.
Um dia o capitão Barbassou, diz -lhe para desconfiar de moiras argelinas e príncipes do Montenegro.
 Triste, afasta-se por uns tempos para reflectir e voltar a procurar leões.
Vai até Milianah, onde um dia vê um leão, acompanhado de dois negros, e uma multidão a atirar moedas, para uma gamela de madeira.
Sacando das armas, arranjou semelhante reboliço que, não fora o príncipe a explicar que o animal pertencia a um convento e que era sagrado, a historia teria acabado mal.
Ele e o príncipe, andaram cerca de um mês, ora dormindo ao relento, ora em acampamentos tribais, ora em palácios bizarros.
Uma tarde, Tartarin ouve rugidos ao longe. Ao pé de um túmulo, deixa o camelo e o príncipe, a quem entrega a carteira cheia de papéis e dinheiro, porque queria enfrentar a fera, sózinho.
Escondido atrás de umas moitas, na margem de um rio seco, joelho no chão e arma na mão, cheio de medo, dispara à sorte e desata a correr.
Chama pelo príncipe, para que o acuda, mas nada de príncipe. Nem príncipe, nem carteira, nem notas…só o camelo.
Sózinho, abandonado, traído e triste, desfaz-se em lágrimas.
E eis que de repente lhe aparece pela frente um verdadeiro leão…
 Sem hesitar…Pan!... Pan!... e o leão cai redondo no chão.
Mas azar dos azares, era o velho leão do convento.
Não fosse a polícia que o prendeu logo, tinha sido linchado pela multidão em fúria.
Teve de vender as armas, os punhais, as conservas, a tenda e as botas, para pagar dois mil e quinhentos francos ao tribunal, para ficar livre.
Sobrou-lhe a pele de leão que enviou para Tarascon, ao seu amigo Bravida e o camelo que ninguém quis comprar.
Sem dinheiro, voltou a pé, para Argel, onde encontrou o comandante do navio, na sua casa, com a sua moira. Ele bem o tinha  avisado!
Zangado, só dizia: é um país de tratantes!
Deixando nas costas mouras, muitas das suas ilusões e toda a colecção de armas, aceita ser repatriado no navio em que viera.
Contra sua vontade, embarca também o seu camelo, mais que não seja para ficar num zoo.
Em Marselha apanha o comboio e ao descer em Tarascon, é a apoteose total.
Toda a gente grita “Viva Tartarin”! “Viva o matador de leões”!
E como se não bastasse, pelos carris, atrás do comboio, chega o camelo esbaforido, cheio de pó e coxeando, mas que faz a delícia de todos.
Tartarin, sente-se um verdadeiro herói e como ainda não perdera o jeito de se equivocar, volta de novo às aventuras:
 - É o meu camelo, viu-me caçar muitos leões! E até uma vez…



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