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Guerra dos Cem Anos
(Wikipedia)

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A Guerra dos Cem Anos durou, na verdade, 116 anos, vai de 1337  a 1453. Historiograficamente é registrada entre 1334 a 1452. A expressão Guerra dos Cem Anos, surgida em meados do século XIX, identifica uma série de conflitos armados, registrados de forma intermitente, durante o século XIV e o século XV (1337-1453, de acordo com as datas convencionais), envolvendo a França e a Inglaterra.As suas causas remotas prendem-se à época em que o duque da Normandia, Guilherme, o Conquistador, se apoderou da Inglaterra em 1066. Desde Guilherme, os monarcas ingleses controlavam extensos domínios senhoriais em território francês, ameaçando o processo de centralização monárquica da França que se esboçava desde o século XII. Durante os séculos XII e XIII, os soberanos franceses tentaram, com crescente sucesso, restabelecer sua autoridade sobre esses feudos.
 
No século XII, o rei Henrique II da Inglaterra se casou com Leonor da Aquitânia e, segundo as tradições feudais, tornou-se vassalo do rei da França nos ducados da Aquitânia (Antiga Guiena, Guyenna ou Guyenne) e Gasconha. Desde então as relações entre os reis da Inglaterra e França foram marcadas por conflitos políticos e militares. Isso culminou na questão da soberania sobre a Gasconha. Pelo Tratado de Paris (1259), Henrique III de Inglaterra abandonara suas pretensões sobre a Normandia, Maine, Anjou, Touraine e Poitou, conservando apenas a Gasconha. Os constantes conflitos vinham pelo fato do rei inglês, que era duque da Gasconha, ressentir-se de ter de pagar pela região aos reis franceses e de os vassalos gascões frequentemente apelarem ao soberano da França contra as decisões tomadas pelas autoridades inglesas na região.
 
As influências francesa e inglesa em Flandres (atual Bélgica e Países Baixos) eram também opostas, pois os condes deste território eram vassalos da França e, por outro lado, a burguesia estava ligada economicamente à Inglaterra. O estopim dos conflitos se deu com o problema sucessório resultante da morte do terceiro e último filho de Filipe IV, o Belo, Carlos IV, em 1328. Entre os possíveis sucessores estavam: o rei inglês Eduardo III, da dinastia Plantageneta, neto do falecido monarca pelo lado materno, detentor dos títulos de duque de Guyenne (parte da Aquitânia, no sudoeste da França) e conde de Ponthieu (na região do canal da Mancha); e o nobre francês Filipe, conde de Valois, sobrinho de Filipe IV, o Belo, pertencente a um ramo secundário da família real. As pretensões dos dois foram examinadas por uma assembléia francesa que, apoiando-se na Lei Sálica, segundo a qual o trono não poderia ser ocupado por um sucessor vindo de linhangem materna, inclinou-se para o candidato nacional, aclamando o sobrinho, Filipe de Valois, com o título de Filipe VI. O rei inglês não discutiu a decisão, reconhecendo Filipe VI em Amiens em 1329.
 
O Conde de Nevers, regente de Flandres desde 1322, prestou juramento de obediência ao seu suserano Filipe VI, decisão que poderia paralisar a economia flamenga. Prosseguindo vieram uma série de eventos que só fizeram piorar a situação dos envolvidos. A guerra dividiu-se por quatro períodos: o primeiro entre 1337 e 1364, o segundo entre 1364 e 1380, o terceiro entre 1380 e 1422, e o quarto entre 1422 e 1453.
 
Os conflitos deixaram um saldo de milhares de mortos em ambos os lados, e uma devastação sem precedentes nos territórios e na produção agrícola francesa.
No plano político e social, a Guerra dos Cem Anos contribuiu para a Dinastia de Valois, apoiada pela burguesia, fortalecer o poder real francês, abrindo caminho para o chamado absolutismo, por vários motivos:
 
Liquidou com as pretensões inglesas sobre territórios na França;
Os feudos do rei inglês, na França, passaram para o domínio da coroa francesa;
O longo período de guerras enfraqueceu bastante a nobreza francesa, porque, à medida que os nobres morriam, seus feudos iam passando para o domínio do rei, debilitando o sistema feudal.
Construção de uma identidade nacional entre os franceses;
Tornou possível a criação de algumas instituições de governo centralizadas.
A cavalaria entrou em decadência.
No plano das relações internacionais da Europa no período, o conflito se liga ainda a outros episódios como a Guerra Civil de Castela, os confrontos na Sicília entre a França e o reino de Aragão e mesmo o chamado Papado de Avignon.
Poderá, enfim, dizer-se que a Guerra dos Cem Anos marca o final da Idade Média e anuncia a Época Moderna
 
Curiosidades - A pólvora foi pela primeira vez utilizada como arma em combate na Europa nos campos de Crecy, pelas tropas inglesas. O pedreiro causava mais ruído do que estragos materiais, mas foi eficiente para assustar a cavalaria francesa.
Joana d'Arc, heroína francesa no conflito, quase cinco séculos após a sua execução na fogueira por suposta prática de feitiçaria, foi canonizada pela Igreja Católica, em 1920, como Santa Joana d'Arc. Deve-se, no entanto, recordar que, já em 1456, Joana foi declarada inocente pelo Papa Calisto III, confirmando que a Igreja da Inglaterra, nesse julgamento, agiu por conta própria, por pressão dos ingleses e interesses políticos.
 



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