O BARULHO DO SILÊNCIO NA AMAZÕNIA
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Só quem vive na Amazônia pode constatar o que muitos pescadores, caçadores, viajantes percebem que chega a incomodar quem estar acostumado a viver no barulho. Nas altas horas da noite a gente sente um silêncio profundo, envolvente e penetrante, vindo dos rios, dos igapós, dos lagos, das matas,dos céus, enfim de toda parte.
Ele não é constante, muitas vezes é quebrado por pequenos ruídos, finos apitos, sons muito fortes, assopros fortes e horripilantes.
Momento como esse vivi no Lago de Santo Antonio-Caldeirão, durante uma pescaria que fazia como diversão acompanhado de meus primos, onde se ouvia a queda do fruto de uma jeniparana: tipofuuum! O canto triste e agourento do jacurutu pousando no alto de uma grande e secular castanheira. O cricri miúdo e intermitente dos grilos numa ilha lacustre, alumiada por pacíficos pirilampos. O crepitar da boca de um pirarucu ao apanhar a presa, por sucção, quase à flor d'água. Agora, pense num peixe enorme e com faro impressionante.O ambiente fica emocionante e nesse momento é que observamos que não somos nada diante do tamanho da nossa Amazônia.
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