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Natal
(Frei Fco. da Simplicidade)

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Aproxima-se o Natal. Esta celebração que a todos enche de akegias, a mim só traz amarguras. Foi justamente na semana do Natal, que o giro de minha vida se me norteou por estrela diversa e eu vim dar comigo nas asperezas deste cilício de São Francisco. Não nascera robusta e mais de uma pessoa se inquietara com a gracilidade extrema da sua figura. Eu achava lindo aquele corpo de pena, tão leve, tão fragil, que o equlibrava na palma da mão. No começo fora apenas um resfriado; uma tosse de nemhuma importancia lhe vergava o torso; em seguida apareseu-lhe uma febre de nada, ás madrugadas. Ela nascera linda, tornara-se ainda mais formosa com o vivo do rosto e com o transparente dos olhos.
Mas a vós começou a enfraquecer-se, uma roquidão lhe velou o timbre sonoro do falar e a inquietude surgiu para todos nós, na certeza daquele morrer prematuro. Todo o mês de dezembro foi para mim uma agonia; velei as noites inteira ao lado seu, sorvendo nas ultimas expressões de um olhar que escolhera para  farol da minha existencia e que Deus teimava em apagar, para ter mais uma estrela a luzir na beleza inutil dos céus. E apagou-o... AH! presisamente na noite em que todos se ajoelhavam aos pés de um berço, simbolo da vida, eu me debruçava sobre um caixão cofre infernal da minha ultima esperança. O berço do Menino Deus tem, pois, para mim, as funestas e dolorosas lembranças de uma agonia, de um falecer, do extinguir-se do mais querido dos meus amores. É um berço que me sugere, um tumulo, um presepio que me recorda uma sepultura, uma festa que põe de luto minha alma, uma alegria que me faz chorar, uma benção que eu amaldiçôo. Em todo o Universo, minha querida, eu sou o unico monge, que servido-me do previlegio que nos consede a Igraja, o de dizer três na noite de natal, digo-as em sulfragio dos mortos; a primeira por ela; a segunda por mim; a terceira pelos nossos corações, que ela já é morta, eu tambem não existo, morto que sou para o mundo e para a terra, com um fantasma de coração a pulsar-me no peito, porque fantasma há de ser um coração sem amor. Aproxima-se o Natal, Eug~enia, quando entre as alegrias dessa noite feliz te ajoelhares a rezar, ora por ela, pelo amôr, por nós dois; quando reverente osculares a palha sagrada de algum presepio, pensa na terra fria de alguma sepultura, no sepulcro gelado em que se me foi a ilusão derradeira do meu amor. E eu terei um "momento" por ti, pelo teu coração, para não venha a gelar-se, como este meu, a ser fantasma do que já foi. Pensa em mim, debruçado sobre o caixão, quando todos, de joelhos, se puserem à borda do Berço do Menino Deus... Teu amigo infeliz - Frei Fco. da Simplicidade



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