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"Homero"; "O Homem" CONTOS EXEMPLARES
(Sophia de Mello Breyner Andersen)

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"  Homero"(Poeta grego que escreveu a Odisseia e a Ilíada. Este proclamava os seus poemas oralmente)Búzio é o protagonista deste conto. Este homem tinha “barba branca e ondulada era igual a uma onda de espuma. As grossas veias azuis das suas pernas eram iguais a cabos de navio. O seu corpo parecia um mastro e o seu andar era baloiçado como o andar dum marinheiro ou dum barco. Os seus olhos, como o próprio mar, ora eram azuis, ora cinzentos, ora verdes (…). Búzio era um pedinte. Este com as suas conchas a imitar castanholas ia pedindo de porta em porta, dando os seus poemas acompanhados da música do seu improvisado instrumento, não se limitando a pedir como faziam todos os outros pobres. Búzio dava algo em troca pelo seu pedaço de pão.Todos lhe davam um pouco de pão, mas logo de seguido, como por desprezo diziam: “-Vai-te embora, Búzio”No fim do conto, Búzio, seguido pela narradora (que se pressupõe ser uma criança) até a umas dunas, vai falar com o mar.A barreira que se estabelece entre o Homem e a Natureza quebra-se neste conto na presença da personagem principal, o Búzio.Podemos estabelecer comparação entre o nome do conto e o protagonista na medida que ambos cantavam os seus poemas. "O Homem"O Homem que este conto se refere é a junção de todos os pobres. A acção passa-se num passeio onde a nossa narradora vai andando ao ritmo da multidão e repara num homem que leva consigo uma criança ao colo. Ambos são belos, ambos são esculpidos pela pobreza. São os únicos que caminham devagar entre as pessoas.Ninguém repara naquelas pobres almas. Mas, a nossa narradora não deixa de olhar e repara no andar e no desespero paciente do homem. Este vai olhando para o céu como se pedisse uma resposta a Deus para o seu actual estado. A narradora é levada pelo ritmo e deixa de ver o homem.O homem enquanto olha para o céu, cai com um rio de sangue a escorrer-lhe dos lábios. Todos param, todos olham. A narradora tenta ver mas o círculo formado pela multidão impedem-na de ver. A ambulância chega e tudo desaparece, como se nada tivesse acontecido.Podemos ver esse homem como uma imagem moderna de Jesus Cristo, pois este se assemelha a tal e quando olha para o céu pergunta: “ – Pai, Pai, porque me abandonaste?”. Podemos fazer tal comparação porque na crucificação este olha para o céu e profere tais palavras. Podemos afirmar que o homem se dirige a Deus, pois a palavras “Pai” nas duas vezes começa por maiúscula. Perante isto vemos um paralelismo perfeito: a indiferença da terra e do céu para com o homem.Este conto faz-nos reflectir sobre a parca importância da pobreza para aqueles que não a sentem. Ela passa por nós todos os dias, mas sem nos apercebermos, talvez por estar camuflada, não reparamos, não vemos.Somos como aquela multidão que atravessava rapidamente o passeio, pois tal como essa multidão só pensamos em nós e não nos apercebemos que nos fechamos num círculo.



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