O dia da caça
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Sem muitos recursos técnicos, o roteiro é altamente intenso e instigante, sem ser cansativamente movimentado apesar de ser um filme de ação. Não se trata apenas de socos, chutes, enfim, lutas corpóreas "virtuosi", tiros, granadas ou coisas afins, repletas de barulhos, perseguições e sangue, como em um filme de ação hollywoodiano. Ao invés de tais coisas mais abertas, mais escancaradas, é cheio de pequenos mistérios, tensões, e sim, algumas mortes.
Muito me chamou a atenção a intrincada teia de relações e perigos que abarcam e de que é feito, no fim das contas, o mundo das drogas.
Uma reviravolta casual faz com que uma dupla de amigos não seja "tragada" por uma das incontáveis traições que permeiam o tráfico internacional de drogas. À essa dupla acrescenta-se um terceiro elemento: uma mulher francesa que acabará por acender esse "barril de pólvora".
Equilíbrio entre sutileza e densidade faz com que o telespectador praticamente "se sinta" no lugar do trio que é perseguido implacavelmente por altos figurões da política e da polícia Federal.
Ao contrário da maioria esmagadora dos filmes americanos de ação, o assistinte tem tempo de se afeiçoar aos personagens e conhece-los e não fica entretido apenas com a ação. A complexidade da história prende a atenção e não cansa a quem assiste, com excesso de informações nem de confrontos inúteis.
O "psicológico" é inteligentemente explorado.
Destaque para as atuações brilhantes de Jonas Bloch e Paulo Vespúcio.
Trilha sonora compatível e na medida certa (sem exageros). Evolução narrativa surpreendente e saborosamente anti-convencional.
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