Intervenções breves para problemas relacionados ao álcool
(: MARQUES; Ana Cecília Petta Roselli; FURTADO; Erikson Felipe)
Intervenções Breves Para Problemas Relacionados ao Álcool
Prevenção ao uso do álcool
Visando a prevenção de problemas decorrentes do uso de álcool e outras substâncias; como problemas médicos e sociais, se fazem necessárias intervenções mais breves e de curta duração que aqui chamaremos de intervenções breves.
O artigo que serviu de base para este trabalho trata de uma experiência que vem sendo utilizada na região de Ribeirão preto que vem utilizando a intervenção breve com pacientes dependentes de álcool e conta com a participação da secretaria de saúde do Estado de São Paulo. A OMS tem observado com atenção esta experiência, pois tem interesse de disseminar as intervenções breves no Brasil.
Este tipo de intervenção breve teve como fundamento a teoria cognitiva e comportamental.
A Intervenção breve surgiu como abordagem psicoterapeutica para dependentes de álcool em 1972 por SANCHES –CRAIG, no Canadá.Era feita da seguinte forma, inicialmente eram feitas quatro sessões breves e simples, onde os responsáveis pela sessão observaram a redução logo que de imediato do consumo de álcool em dependentes graves comparados com grupos de pacientes sem tratamento, e a conseqüência deste fato era a melhora da saúde em geral.
A motivação era considerada essencial para que a intervenção obtivesse resultados positivos e era considerado importante para sua efetividade.A técnica poderia ser feita por vários profissionais desde que recebessem treinamento para isso.
No entanto não devemos confundir intervenção breve com terapia breve, embora as duas sejam parte de um conjunto de cuidados.A intervenção breve tem como objetivo inicial detectar o problema e ajudar o paciente através de motivação a alcançar metas ou aderir a um tratamento, ou ainda fornecer informações sobre os riscos do uso abusivo de álcool que podem no futuro comprometer a saúde desse paciente e também conscientizá-lo sobre os problemas atuais que este individuo já possui em decorrência do álcool e que por causa da dependência não consegue enxergá-los, já a psicoterapia breve visa alcançar mudanças mais profundas e por isso são mais intensas e exclusivas, e, portanto as sessões serão mais longas e aplicadas de acordo com as experiências do terapeuta.
As intervenções breves seguem uma seqüência de etapas, que começa com a descoberta de qual é o problema ou os riscos e para isso foi desenvolvido um instrumento denominado AUDIT (Alcohol Use Disorder Identification Test) depois é oferecido um aconselhamento e orientação.
O principal objetivo das intervenções breves com pacientes dependentes de álcool é diminuir comportamentos de risco e reduzir chances e condições que favoreçam esse comportamento de risco, diminuir o uso continuado de substancias, melhora geral da saúde e melhora com relação aos aspectos sociais deste individuo.
Para atingir este objetivo podem ser usadas varias técnicas que vão desde exercícios comportamental e cognitivo até a aplicação de questionários, aconselhamento, e a cooperação do paciente.
Existem seis elementos que são fundamentais para caracterizar a intervenção breve, são elas: ”feedback”, que é o quanto o paciente se beneficia com a devolutiva dos resultados da avaliação; “responsibility”, que é a responsabilidade do paciente com relação ao procedimento; “advice”, são as informações e esclarecimentos concedidos ao paciente pelo profissional; “menu”, é as alternativas dadas ao paciente que possa auxiliá-lo á sua auto ajuda;’empathic “, refere à postura do profissional que deve ser empático compreensivo e fornecer acolhimento para esse paciente”; “self-efficacy “, é o foco que o profissional deve ter para que promova a confiança do paciente com relação aos seus próprios recursos internos.
Com relação aos campos de aplicação das intervenções breves para problemas com álcool, podemos dizer que podem ser aplicadas em serviços de atenção primaria, serviços emergenciais, consultórios, hospitais gerais, hospitais psiquiátricos, cadeias e presídios, ambientes de trabalho, programas de assistência ao funcionário e outras situações de risco como, por exemplo, pessoas que apresentam prejuízos sociais e / ou problemas conjugais devido ao álcool.
Estudos realizados sobre intervenções breves com usuários de álcool sugerem que este método é mais eficaz em pacientes que possuem um comportamento de risco para o desenvolvimento de dependência, mas ainda não a desenvolveram, do que em pacientes que já são portadores de dependência crônica.
No entanto estudos demonstram que grupos de dependentes de álcool que recebem intervenção breve, possuem mais chances de diminuírem comportamentos disfuncionais que levam a dependência, do que pacientes que não são acompanhados com a intervenção breve.
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