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Ética em Recursos Humanos
(JC)

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  Nos últimos anos a ética tem conquistado cada vez mais espaço no universo corporativo. A ética empresarial deve ser valorizada pois o produto de qualquer organização de Gestão de Pessoas é o próprio ser humano, com todas as suas individualidades. Deste modo, o processo de recrutamento e selecção é muito delicado, uma vez que se pode entrar em conflito com valores éticos se estes não forem compatibilizados com as exigências empresariais.
A ética é a ciência que pretende contribuir para a definição dos melhores comportamentos do Homem, na medida do que for o melhor tipo de vida para as pessoas.
Ainda que a ética e a psicologia estudem o Homem de um ponto de vista formal diferente, têm o mesmo objectivo material, isto é, promover a defesa do melhor interesse do Homem respeitando a sua unicidade e perspectivando assim a pessoa num todo integral.
O profissional envolvido em processos de recrutamento e selecção deve cumprir princípios éticos fundamentais, e por isso deverá efectuar o seu trabalho, assegurando: o respeito pela dignidade dos candidatos; a utilização de metodologias objectivas, de acordo com os mais recentes desenvolvimentos técnico-científicos e com instrumentos devidamente licenciados; a não descriminação de qualquer candidato com base em convicções politicas e religiosas e a recusa de quaisquer procedimentos que prejudiquem algum candidato, denunciando as situações menos transparentes.
Em relação ao facto da discriminação de candidatos, os processos de recrutamento e selecção são na maioria das vezes contestados, pelo facto de serem discriminados candidatos em função de outros. Tendo como alguns motivos, o sexo, a raça e orientação sexual.
A confidencialidade é também um factor importante no recrutamento e selecção de pessoas. As provas efectuadas pelos candidatos não devem ser objecto de divulgação pública, apenas os resultados globais devem ser apresentados aos decisores.
No entanto, os candidatos têm o direito de ter acesso e conhecimento dos seus resultados globais e ainda serem informados dos critérios utilizados no processo selectivo.
Importa ainda dizer que a escolha dos candidatos deve ser baseada no mérito e nas capacidades individuais demonstradas pelo candidato, e não tem necessariamente que reflectir em todos os processos de recrutamento e selecção um balanceamento em termos de o candidato ser deste ou daquele sexo, estado civil ou idade.
Como se sabe, a selecção de pessoas consiste no processo de agregar pessoas e é posterior ao recrutamento. No entanto, a selecção e o recrutamento, ambos fazem parte de um mesmo processo, ou seja, a introdução de novos recursos humanos numa organização. Mas, enquanto o recrutamento é uma actividade de atracção, divulgação e comunicação – portanto, uma actividade tipicamente positiva e convidativa – a selecção torna-se diferente, pois é uma actividade de escolha, classificação e de decisão, tomando assim um carácter restritivo.
Desta forma, uma organização que valorize a ética nas suas acções, é vista pela sociedade e também pelos profissionais como um parceiro cumpridor e de confiança.
Por isto, hoje mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Ainda seguindo as suas palavras, para um profissional “basta um deslize, e pronto, a imagem ganha no mercado, a mancha vermelha da diferença”.
Ainda assim, conflitos e dilemas éticos existem sempre no dia-a-dia de cada um, e os profissionais que efectuam o recrutamento e selecção de pessoas deparam-se muitas vezes com situações distintas. A primeira é quando, o recrutamento e selecção são realizados por consultorias especializadas, os profissionais envolvidos no processo têm de ser duplamente éticos, pois necessitam de preservar tanto os clientes como as pessoas que procuram uma recolocação no mercado de trabalho. Deste modo, quando uma empresa recorre ao trabalho das consultorias especializadas, os seleccionadores devem estar atentos a detalhes importantes como: a confiança que a organização contratante depositou não pode ser quebrada, no entanto, isto não implica que os candidatos sejam discriminados. Para que este processo seja então seguido da forma correcta, a empresa contratante deve ser informada de forma profissional do andamento do processo, evitando deste modo que todo o processo de selecção se transforme num processo vulgar.
Outra questão é o facto de os processos de selecção serem realizados pelo próprio contratante, ou seja, pela própria área de recursos humanos da organização. Actualmente, cada organização desenvolve os seus métodos baseados no tipo de mão-de-obra que procura. Geralmente nestes casos, a primeira pergunta a ser feita aos candidatos é sobre a sua experiência anterior, deste modo, os profissionais de recursos humanos, devem sobretudo aprender a detectar o potencial de cada candidato e mostrar a capacidade deste para a actividade final na empresa.
Importa ainda deixar claro, que o seleccionador não deve permitir que nenhum candidato seja inferiorizado por não estar apto a assumir determinada vaga. Então, “Não estar apto num determinado momento, não significa que o candidato deixe de concorrer a uma outra oportunidade”.
Reflectindo todo este processo, pode-se concluir que o recrutamento e selecção de pessoas tem como objectivo encontrar os indivíduos certos para ocupar os lugares vazios numa organização. Então, para que se consiga ter o “Homem certo no lugar certo” é necessário um bom método de recrutamento, seguido de boas técnicas de selecção. Não esquecendo deste modo, as questões éticas que todo este processo envolve, para que desta forma se evite os erros mais comuns, tais como: delegar uma tarefa a pessoas que não têm a devida qualificação ou formação para tal e a discriminação de candidatos.



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