Terra Sonâmbula
(Mia Couto)
A história de Muidinga, um rapaz sem memória em busca da sua identidade no meio de uma terra devastada pela guerra e Tuahir, um velho que o acolhe e protege, acompanhando-o nessa demanda. Grande parte da acção desenrola-se no interior de um autocarro abandonado, incendiado, ainda com os corpos carbonizados dos passageiros e que serve de abrigo para Muidinga e Tuahir. Junto do veículo, o menino encontra mais um cadáver e uma mala com cadernos, os diários de Kindzu. São as histórias desses cadernos que noite após noite o rapaz se entretem a ler em voz alta e são essas histórias que nos são contadas em flashback, como uma acção paralela à viagem dos dois protagonistas.
O romance, de um lirismo incontornável, é como um poema em prosa. A linguagem é de uma sensibilidade ímpar, com cada frase cuidadosamente construída. Descrições detalhadas de uma violência brutal com recurso a um realismo mágico e à narrativa tradicional africana. Usam-se termos regionais como machimbombo (autocarro) ou maningue (demasiado) que se vão entranhando e ajudando a construir a identidade moçambicana, que enriquecem o nosso vocabulário ao mesmo tempo que nos dão a conhecer a riqueza cultural daquele país e nos transportam no espaço e no tempo.
Uma história de sobrevivência, destruição e reconstrução de uma nação assolada pela guerra.
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