Resumo de O Auto da Compadecida -

O Auto da Compadecida
O filme "O Auto da Compadecida" de Ariano Suassunda é uma história bastante interessante que se passa no sertão nordestino. As personagens principais e o desenrolar da história lembram os costumes e crenças adquiridos desde a idade média. De forma bem humorada o autor consegue vivenciar uma típica sociedade hierarquizada, onde a igreja se faz suprema, valorizando mais o material do que o espiritual e explorando os donos de propriedades e comerciantes. Estes, por sua vez, exploram os pobres e os submetem a um trabalho quase escravo, que no filme são representados por Chicó (Selton Melo) e João Grilo(Matheus Nachtergaele), empregados do padeiro que se metem em todo tipo de enrolada para sobreviverem.Para se sair de uma trapaça, Chicó e João Grilo tecem uma cadeia de mentiras e confusão, envolvendo os patrões, a igreja e criam até um testamento para a cachorra morta. Ao mesmo tempo, Chicó se apaixona pela Rosinha (Virgínia Cavendish) filha do Major Antônio Morais (Paulo Goulart). Mas, para casar com Rosinha tem que ser fazendeiro ou doutor e Chicó não passa de um pobre analfabeto. No entanto, Chicó tem o amigo João Grilo que tem planos para armar o casamento dos dois. Mas, para isso é preciso que Chicó durma com Dora (Denise Fraga), que é a mulher do padeiro (Diogo Vilela), coisa que se torna impossível para Chicó, pois jurou fidelidade a Rosinha.
No decorrer do filme podemos perceber traços fortíssimos da cultura e religiosidade medieval refletida no pensamento do sertanejo. Uma das partes principais do filme é quando as personagens principais morrem e vão para o juízo final. Durante o julgamento o diabo (Luís Melo), que é uma figura feia mas vive disfarçado, os acusa de vários pecados cometidos em vida. Jesus (Maurício Gonçalves) entra como juiz, que é ao mesmo tempo bom e justo. E Maria (Fernanda Montenegro) aparece como intercessora ou advogada, exercendo assim, sua função profeçada na "ave Maria" rezada pelo povo.
Todo o filme se passa com humor irreverente e muita criatividade. É uma história que diverte e ao mesmo tempo nos leva a uma visão crítica sobre os valores que regem uma sociedade. Principalmente em relação à religião e diferenças de classes sociais.

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