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Identidade - Entrevista a Benedetto Vecchi
(Zygmunt Bauman)

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O autor é sociólogo de formação e polonês. Iniciou sua carreira na Universidade de Varsóvia, onde teve artigos e livros censurados e em 1968 foi afastado da universidade. Logo em seguida emigrou da Polônia, reconstruindo sua carreira no Canadá, Estados Unidos e Austrália, até chegar à Grã-Bretanha, onde em 1971 se tornou professor titular da Universidade de Leeds, cargo que ocupou por vinte anos. Responsável por uma prodigiosa produção intelectual, recebeu os prêmios Amalfi (em 1989, por sua obra Modernidade e Holocausto) e Adorno (em 1998, pelo conjunto de sua obra). Atualmente é professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.
Ninguém melhor que um exilado para, através de um olhar crítico e perspicaz tecer suas considerações sobre identidade, ainda que traga consigo certo rancor e ressentimento pelo exílio.
Bauman inicia o conceito de comunidades atuais como modelos de totalidades virtuais, onde é fácil entrar e ser abandonado. Essa práxis se observa nas pessoas falando em seus celulares com fone de ouvidos, como se fechadas numa redoma ou bolha de vidro, cegas e indiferentes ao seu entorno.
Nesse contexto o autor ainda destaca o que chama de “comunidades guarda roupa” onde ocorre a identificação de grupos através de eventos espetaculares ou escandalosos – efêmeros por natureza – com precariedade de compromisso necessário para ingresso. Pode-se relacionar a este tipo de vínculo a imensa quantidade de comunidades virtuais que temos atualmente nos sites de relacionamento (orkut....).
A metaidentidade caí em detrimento de ressentimentos sociais órfãos, onde cada categoria em desvantagem fica por sua própria conta, abandonados aos próprios recursos e engenhosidade.
Merece destaque o conceito de sub-classes, pessoas a quem é negado o direito de reivindicar uma identidade distinta da classificação atribuída e imposta.
Interessante como, através da argumentação, o autor cria o pano de fundo para falar sobre o fenômeno do fundamentalismo. Ligado a este fenômeno encontra-se o fenômeno atual do capitalismo: produção de pessoas rejeitadas “lixo humano”, mudando a situação de um sistema de exploração para um sistema de exclusão, caracterizando um novo tipo de polarização social.
Para o capitalismo atual o poder de coerção já não é tão valorizado, a sociedade deseja apenas que você continue no jogo e tenha fichas para permanecer jogando.
Quando questionado por seu entrevistador se a formação da identidade se assemelha a um jogo de quebra cabeça o autor discorda da afirmação, se utilizando de um conceito expresso nas pinturas do pintor americano Jackson Pollock.
Na discussão sobre modernidade a argúcia do autor se mostra mais uma vez afiada ao caracterizar o “deixar de ser moderno”: modernizar-se, parar de, “baixar as mãos” e parar de remendar o que você é e que é o mundo em sua volta.
O autor ainda discute questões como a volatilidade das relações amorosas e termina sua obra nos alertando para o perigo de tentarmos construir uma identidade com base nos estereótipos e modelos de atitude e comportamento que nos são colocados permanentemente pela mídia de massa e especializada.



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