O Auto da Barca do Inferno
(Gil Vicente)
Gil Vicente ocupava uma posição de destaque entre os autores da época medieval.Ele foi muito crítico ao criar suas alegorias. Criticava não somente as pessoas e sim, as instituições a que pertenciam. Em sua obra O Auto da Barca do Inferno realiza um tipo de julgamento sumário destas pessoas que pertencem à sociedade.Há dois batéis(barcos):um levará as pessoas ao céu, o outro, ao inferno.Vão chegando um a um, devidamente caracterizados.Exemplo;o Fidalgo, com sua soberba vem acompanhado do pajem que arrasta uma cadeira para seu amo;o Onzeneiro,agiota que cobrava absurdos de quem precisasse de empréstimo;o Padre vem com sua amásia, o Judeu vem com seu bode, o Enforcado traz uma corda ao pescoço e o Sapateiro quer voltar para buscar suas formas com as quais enganva os outros e ganhava muito dinheiro, o Magistrado traz os livros da lei, cuja sentença ele vendia, os Anjos estão sentados na Barca que vai ao céu, entoando Hinos de louvor a Deus; a Alcoviteira tenta subornar o Anjo dizendo que servia aos padres quando mandava garotas virgens para ele,o Diabo adora e fica saltitante ao ver sua barca repleta de almas, apenas o Parvo (representante do povo) com sua inocência e ignorância diz tudo o que realmente pensa a cada um dos réus, ao Anjo e ao Diabo.Por fim, o Parvo somente fo absolvido epor Gil Vicente ser muito religioso e preconceituoso com outras religiões, o Judeu teve de alugar um batel para passar desta vida para a outra, pois nem o Diabo quis levá-lo com o bode em seu barco.Assim, Gil Vicente interpretava o mundo nos palácios e demonstrava sua crítica sem ser punido por seus pensamentos ou preconceitos.Em nome da arte.
Profªde Literatura e Psicanalista Marlene Fulgeri
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