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Homossexualidades: Identidade de gênero
(Eliete Cássia da Silva)

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  Homossexualidades: Identidade de gênero
Eliete Cassia da Silva
Figura 1- A gradação dos gêneros: entre o gênero masculino e feminino, há um campo variado de possibilidades de expressão da sexualidade humana. Fonte: livro O Armário.
 
A sociedade busca um embasamento cientifico para que as diferenças anatômicas entre mulheres e homens  homossexuais sejam justificadas, não somente no que diz respeito a características físicas, mas também cognitivas e emocionais. Para Costa (1996):
A invenção dos homossexuais e heterossexuais foi uma conseqüência inevitável das exigências feitas à mulher e ao homem pela sociedade burguesa européia. (...) No modelo médico do one-sex model, o sexo referia-se exclusivamente aos órgãos do aparelho reprodutor. Não era algo invasivo, que perpassava e determinava o caráter, os amores, sentimentos e sofrimentos morais dos indivíduos. Este sexo absoluto, onipotente e onipresente só tornou-se teórico-culturalmente obrigatório a partir do momento em que se criou a noção da bissexualidade originária. (...) A homossexualidade será, inicialmente, definida como uma perversão do instinto sexual causada pela degenerescência de seus portadores e, depois, como um atraso evolutivo ou retardamento psíquico, manifestos no funcionamento mental feminino do homem" ( p. 86-87).
Para Kinsey, os seres humanos não se classificam quanto à sexualidade em apenas duas categorias (exclusivamente heterossexual e exclusivamente homossexual), mas apresentam diferentes graus de uma ou outra característica extrema. Em resumo, seriam divididos nas seguintes categorias:
§  heterossexual exclusivo;
§  heterossexual ocasionalmente homossexual;
§  heterossexual mais do que ocasionalmente homossexual;
§  igualmente heterossexual e homossexual, também chamado de bissexual;
§  homossexual mais do que ocasionalmente heterossexual;
§  homossexual ocasionalmente heterossexual;
§  homossexual exclusivo;
§  indiferente sexualmente (assexuado).
 
Segundo Kinsey, para  a  caracterização do sexo de uma pessoa, quatro elementos devem ser levados em consideração: seu sexo biológico, sua identidade sexual, seu papel social e sua preferência afetiva.  
Os estudos de Kinsey é fundamental para entender a diversidade sexual que se apresenta por toda parte. Considerando os dados da chamada  Escala Kinsey, observamos  que o comportamento sexual da pós modernidade esta bem descrito nesse estudo de  mais de 50 anos.
Embora haja uma enorme luta pela busca da aceitação  pública para a homossexualidade, os manifestantes que assume sua opção e busca seus direitos, parece ser bem menor que a maioria dos homossexuais que eventualmente praticam o homoerotismo.
 Assim, os termos sexo e gênero são muitas vezes utilizados com o mesmo sentido, proporcionando considerável confusão teórica. O sexo pode ser considerado como uma referência para as categorias de masculino e feminino, sob o aspecto biológico, enquanto gênero refere-se à soma das características psicossociais consideradas apropriadas aos membros de cada grupo sexual.
 Segundo o dicionário Aurélio a palavra gênero, no sentido antropológico, é descrita como a forma como se manifesta social e culturalmente, a identidade sexual dos indivíduos. Já a palavra identidade refere-se aos caracteres próprios e exclusivos duma pessoa: nome, idade, estado, profissão, sexo, etc. Nesse sentido, será correto afirmar que a identidade de uma pessoa não esta condicionada só ao sexo biológico  em que ela nasce, mas perpassa também pela opção de gênero em que esta pessoa se assume sexual e psicologicamente, ou seja, o gênero é construído, implica a definição de uma identidade com maior ou menor consciência sobre dela.
A ênfase no gênero e não no sexo, vem sendo defendida por diversos autores ao considerar que o termo gênero se refere aos significados e atribuições que a sociedade dá ao conceito de homem e mulher.Segundo Scott (1995), a noção de gênero é entendida como relações estabelecidas a partir da percepção social das diferenças biológicas entre os sexos.
O gênero esta relacionado à construção cultural das características masculinas e femininas. A feminilidade e a masculinidade são aprendidas culturalmente, mas a idéia que temos do masculino e do feminino pode variar de cultura a cultura, e também historicamente. O gênero é uma categorização vivida e imposta que leva à identificação de determinadas pessoas considerando-as enquanto pertencentes a um conjunto homogêneo. Assim, pode se dizer que  gênero é um construto sociocultural que normaliza os comportamentos esperados por parte de homens e de mulheres.
Quando se fala em identidade de gênero, nota-se que a admissão de uma nova identidade sexual ou de uma nova identidade de gênero por determinados indivíduos é considerada uma alteração essencial, uma alteração que atinge a “essência” do sujeito.
Se um ser humano do sexo masculino assume uma identidade sexual do gênero feminino (gay), a sociedade o vê como uma aberração da natureza, uma afronta ao que foi convencionalmente aceito como normalidade, homem é homem e mulher é mulher.
 Em nossa sociedade, a norma que se estabelece historicamente, atribui ao homem branco, heterossexual, de classe média, cristão, o modelo e a referência que não precisa ser mais nomeada. Já os demais sujeitos sociais se tornarão marcados e serão denominados a partir dessa referência. Assim, a mulher é representada como o “segundo sexo”, e gays, lésbicas e travestis são descritos como desviantes da norma heterossexual. Sob os padrões hetero-normativos são construídas as novas identidades sociais, especialmente identidades sexuais da pós modernidade.
 



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