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Uma Verdade Inconveniente
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Análise sobre o filme "Uma verdade Inconveniente" (2006), de Al GoreSer profeta, ao contrário do que muitos pensam, não é ser adivinho, ou prognosticador, aquele que meramente prediz os fatos. O verdadeiro profeta é aquele que consegue e sabe enxergar por meio dos sinais divinos – muitos até mesmo sem saber que assim o fazem. Hoje, o mundo vive a preocupação ambiental. O aquecimento global e as mudanças climáticas se mostram parte da nossa realidade: é o meio ambiente que sinaliza socorro. Enquanto isso, os também aquecidos debates políticos insistem em divergir sobre a gravidade dos fatos e sobre as corretas mudanças a serem trilhadas. São os olhos fechados impedindo a visão daqueles que detêm o poder.Eis que, atento aos sinais que a natureza passava, o ex-vice-presidente americano Al Gore resolveu agir para tentar dar visão aos moradores deste fragilizado planeta. Em 2006, então, foi lançado o filme “Uma verdade inconveniente”, um documentário-palestra estrelado pelo próprio Al Gore, revelando os sinais e alertando ao mundo as possíveis e terríveis conseqüências do aquecimento global.A palestra em questão é feita por Gore há mais de seis anos, levanta questões essenciais sobre a produção de combustíveis fósseis e o rápido desaparecimento de geleiras ou a ocorrência de catástrofes climáticas. A vasta pesquisa mostrada pelo autor revela à sua platéia uma impressionante coleção de dados sobre os perigos do aquecimento global e o que poderia ser feito para reduzir o seu impacto.O filme busca o despertar da consciência para a iminência da extinção da raça humana, que até pouco tempo só era imaginada para alguns milhares de anos Mostra-se que a degradação do planeta implica no fim da nossa espécie, e que a única maneira de impedir a nossa extinção é a mudança de atitude em prol do cuidado às questões ambientais. Estes sinais que a natureza nos dá, nota-se, mais do que para salvá-la, é para salvar a própria humanidade. Al Gore argumenta de forma convincente que a temperatura da terra está aumentando e que a principal causa desse aquecimento são as ações do homem. O autor mostra com bastante clareza e de forma a zerar qualquer possível duvida do telespectador quanto ao grau de responsabilidade que as atividades humanas têm sobre o tema. Gore faz isso de maneira alarmante e consegue o efeito de deixar a quem assiste atento ao futuro.Após o filme, o IPCC, Painel Intergovernamental de Mudanças climáticas, confirmou com a divulgação do seu quarto relatório a hipótese de que o aquecimento da Terra é fruto da ação humana, com mais de 90% de probabilidade. No relatório anterior, publicado em 2001, essa probabilidade havia sido estimada em 60%. Dessa forma, os poucos céticos que ainda sobravam acerca do tema foram desmanchados. Os cientistas ressaltam ainda que até o final deste século a temperatura na Terra vai aumentar em torno de 3 a 5ºC, caso não tenhamos qualquer redução imediata da emissão de poluentes. E mais, resultados como o derretimento de geleiras e o conseqüente aumento do nível do mar, gerando tufões e furacões menos freqüentes, porém mais intensos, são uma previsão considerável. Al Gore cita ainda recentes catástrofes ambientais para ilustrar as conseqüências já existentes de tais mudanças climáticas. Dentre as quais o furacão Katrina nos Estados Unidos, as intensas ondas de calor na Europa, as inundações na China e o derretimento das geleiras do Monte Kilimanjaro. Ele ressalta que esses fenômenos serão cada vez mais freqüentes e violentos. Cita também que sempre foi considerada impossível a formação de furacões no Atlântico Sul, mas, em 2004, o Brasil foi atingido pelo furacão Catarina.Apesar disso tudo, Al Gore não tem a intenção de deixar as pessoas apavoradas, mas sim informar, deixando-as engajadas quanto ao fato de que “algo tem que ser feito”. Ele afirma que a questão “mudanças climáticas” tornou-se prioridade número 1 de sua vida profissional – inclusive levando-o a realizar conferências e escrever livros, além de produzir filmes. “Cada um de nós é uma causa de aquecimento global; mas cada um de nós pode se tornar parte da solução - em nossas decisões sobre o produto que compramos, a eletricidade que usamos, o carro que dirigimos, o nosso estilo de vida. Podemos até fazer opções que reduzam a zero as nossas emissões de carbono.” Al Gore



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