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O CONCEITO DE MEIO ENVOLVENTE parte 1
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Introdução

    Definido de uma forma geral e simples, o meio envolvente de uma empresa é o contexto em que ela existe e realiza a sua actividade e que, de algum modo, influencia a forma como se comporta e desenvolve.
    Mas se o conceito de meio envolvente na sua essência não oferece dúvidas nem é objecto de controvérsias, a forma como pode ser apreendido e analisado de modo a tornar-se relevante para a condução da actividade empresarial já obriga a opções que podem ser de resolução difícil. 
    As formas de apreensão do meio envolvente propostas na literatura existente são múltiplas e referem-se a vertentes que, podendo por vezes sobrepor-se, dão ênfase a aspectos muito diversos. Isto significa que, na prática, se torna importante em primeiro lugar clarificar o sentido pertinente do conceito e, em
segundo lugar, as dimensões e níveis de análise mais apropriadas ao objectivo que se
pretende atingir.
    Deste modo, procura-se aqui rever algumas propostas e reflexões teóricas que, ao longo de algumas décadas, contribuíram para o estudo desta temática.
1. - Meio envolvente objectivo e meio envolvente percebido

    Uma primeira questão é a de saber se o que é relevante para a empresa são as condições objectivas que o meio envolvente lhe proporciona e que constituem o enquadramento ambiental da sua actividade e, por isso, deverão ser consideradas para a definição do comportamento estratégico, ou se, pelo contrário, o que importa verdadeiramente é a forma como são percebidas e interiorizadas essas condições. 
    As duas perspectivas têm sido apresentadas, cada uma dando mais relevância a um dos
aspectos em detrimento do outro.
    Considerar como mais relevante o meio envolvente percebido, corresponde a não atribuir ao meio envolvente objectivo, enquanto tal, importância decisiva para a estratégia das empresas. Este, é sobretudo uma fonte de informações (Aldrich, 1979) que, depois de “filtradas” pela percepção dos agentes decisores se tornam “ingrediente” do processo de formulação e decisão internas. 
    O meio envolvente só se torna conhecido para a organização através da percepção dos seus gestores (Anderson e Paine, 1975 e Smart e Vertinsky 1984) e é tendo em conta essa percepção que se formam as respostas estratégicas das empresas (Fombrun e Zajac, 1987).
    Pelo contrário, a consideração do meio envolvente objectivo corresponde a assumir que são as condições concretas em que as empresas actuam que, em última instância, contribuem ou determinam o sucesso ou insucesso da forma como decidem desenvolver a sua actividade, independentemente da leitura mais ou menos correcta que os agentes possam fazer da realidade.
    Conceber a envolvente deste modo não significa que os problemas de percepção não sejam relevantes no processo de formação das estratégias, mas estes são um fenómeno não externo mas interno, ligado à capacidade dos agentes na recolha, organização, análise e selecção da informação relevante. 
    É neste sentido que Bourgeois III (1980:35) afirma que “a consideração apenas do meio envolvente
percebido relega os investigadores mais para o estudo do estado psicológico de incerteza do que para o estudo dos fenómenos extra-organizacionais, negando, deste modo, o próprio conceito de meio envolvente”.
    A distinção clara das duas perspectivas é importante quer na forma de operacionalizar o conceito, quer na análise e interpretação dos resultados. Medidas subjectivas dão principalmente informação sobre o sujeito e não podem ser tratadas como características reais do meio envolvente - a percepção das condições da envolvente estão em mutação constante, reagindo a novos fluxos de informação que permitem reordenar e reinterpretar os fenómenos considerados relevantes, podendo não corresponder a alterações efectivamente ocorridas.
    Contudo, as duas perspectivas estão interligadas no processo de formulação das estratégias. O esforço de apreensão do meio envolvente objectivo é indispensável para uma correcta avaliação das condições externas que a empresa tem de enfrentar, mas a capacidade de analisar, identificar e interpretar os aspectos relevantes para a empresa é igualmente importante neste processo.



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