Burro DOMÉSTICO E BURRO DA FLORESTA - fábulas
(ESOPO)
Um Burro saído da Floresta encontra com um Burro seu primo, todo rechonchudo e lustroso, comendo um molho de feno apetitoso e comenta: “Invejo tua boa sorte! Pareces viver à farta!” Dando mais uma dentada no feno, concorda o Burro domesticado:” Assim é, de fato”. Poucos minutos depois chega o dono do “primo considerado rico”... Põe-lhe arreios nos lombos e uma boa carga em cima. Bate-lhe com um chicote e ele sai a passo rápido. Agora o Burro da floresta tira a conclusão: “Não mais invejo a tua sorte, pois a tua fartura resulta de grandes sacrifícios. Não sou feito para essa escravatura”. Moral – Não é invejável o ganho que resulta de perigos e sofrimentos (assim dizem os modernos tradutores, já domesticados para ajudar aos feudais). REVISÃO - Os atuais Burrinhos domesticados já passam como herança os arreios, cabrestos e ferraduras, conforme milenar tradição. Desse modo, os atuais burrinhos nem percebem mais que estão atrelados por mil cabrestos, arreios, correntes, chicotes, porteiras e cercas, algemas, regulamentos, usos e costumes, sempre com um dono em cima. De outro lado, os Homens da Floresta resistem à “civilização” com todas essas algemas, cargas, arreios, e dizem aos Burrinhos domésticos que não querem essa senzala, pois eles são “gente de verdade”. Ninguém entendeu até hoje a luta do líder Mário Juruna Xavante. Aguardem para ler a respeito...
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