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Perfume: A História de um Assassino
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      Paris, século XVIII, a maior e mais populosa cidade da Europa é um aglomerado de pessoas circulando pelas ruas úmidas, sujas e fétidas da capital francesa. Este é o contraste marcante entre o título, Perfume, e a total falta de saneamento da “cidade luz” frente à explosão demográfica daquele século. Para retratar esta história o filme serve-se de um trabalho de cenografia e figurino impecáveis e uma fotografia fascinante, que fazem com que o expectador consiga captar os odores através das texturas de cada cena, transitando entre uma beleza lírica e um realismo fantástico e às vezes repugnante. Este é o pano de fundo da insólita história de Jean-Baptiste Grenouille (Ben Wishaw), parido nas ruas de Paris e abandonado pela mãe, uma criança que nasce com um dom incomum: seu olfato (o sentido mais animal do ser humano) é extremamente aguçado, talvez por ter nascido em meio ao turbilhão de odores de um mercado de peixes em um dia chuvoso e parido na lama misturada a fezes de animais, isto tudo na capital dos perfumes, ou porque simplesmente o destino quis que assim ele fosse.
Jean-Baptiste passa sua infância em um orfanato, ou melhor, um deposito de rebentos órfãos, junto a crianças normais que o rejeitam por seu talento anômalo. Enclausurado em seu próprio mundo de cheiros impercertíveis a pessoas comuns, ele chega à adolescência, idade que obriga a dona do orfanato a vendê-lo para um curtume nos arredores de Paris, onde ele se mostra um trabalhador dócil e dedicado.
    A partir de então dois fatos passam a determinar o restante da vida de Jean-Baptiste: o primeiro é quando ele mata uma linda jovem, após persegui-la por conta da irresistível fragrância de um cesto de frutas que ela carregava. Ao perceber que estava sendo seguida, a jovem, assustada, grita e Jean abafa o desespero da moça com as mãos, asfixiando-a acidentalmente. Aturdido, ele deita o corpo da moça no chão, e dela, então, exala um cheiro que lhe sobe às narinas embriagado-o até levar-lhe a um estado de êxtase. Este cheiro jamais sairia de sua cabeça. O segundo fato é quando conhece Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman), um conceituado, mas decadente, perfumista parisiense, que ensina a Jean todos os segredos da arte da perfumaria.
    Após reerguer os negócios de Giuseppe Baldini com seu talento fabuloso para identificar e criar fragrâncias, Jean viaja para Gresse, aonde tem a oportunidade de aprender o que Baldini não conseguira lhe ensinar. Jean tinha fixo em sua cabeça o cheiro da jovem que havia matado em Paris, um, cheiro único. Em Gresse ele aprende a técnica que permite extrair o cheiro de qualquer coisa. Jean sente, então, que está preparado para produzir o perfume com que ele sonhava desde que a moça das frutas lhe mostrara seu cheiro, o cheiro de uma jovem virgem. Treze essenciais formam um perfume perfeito, treze lindas jovens virgens seriam a meteria prima para Jean-Baptiste produzir o mais fabuloso perfume de todos os tempos; começa então a saga de um gênio, de um louco, de um assassino: Jean torna-se escravo das vontades de seu talento.
    Adaptado da obra homônima do escritor alemão Patrick Süskind, o filme traz uma visão transcendental sobre as misérias humanas, tanto as misérias morais instituídas por uma sociedade hipócrita quanto as misérias da pobreza de uma metrópole encoberta pelos “perfumes” das classes dominantes. É uma obra subversiva por transformar, no decorrer das atrocidades que Jean-Baptiste comete, o assassino em um mártir; mártir de sua proporia existência, o protagonista representa o ser humano em um mundo onde o que se vê (beleza), o que se ouve (verdades e mentiras) e o que se toca (bens materiais) sufoca alguém que está predestinado a sentir o mundo de outra forma.
    O filme é simultaneamente violento e sutil, e muito transgressivo ao criar um ambiente que traz a compaixão e até mesmo a admiração ao protagonista, o assassino Jean-Baptiste Grenouille, em seu final apoteótico, após inebriar toda a cidade de Gresse com o perfume criado a partir das essências retiradas de suas vítimas, o triunfo sobre tudo o que o oprimira, e por fim, uma “paráfrase” de Freud, quando todos na cidade se rendem ao que o homem é em sua essência: sexo.
    Perfume: a historia de um assassino é um filme contundente, impregnado de sutis relações filosóficas sobre a existência humana em choque com os valores morais instituídos pela sociedade, e transgredidos por ela própria.



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