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O consumo de imagens e palavras estereotipadas reforça comportamentos
(Vera Vieira)

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Vera Vieira é jornalista e coordenadora-executiva da ONG Rede Mulher de Educação. Muito útil para a reflexão da sociedade é seu artigo “O consumo de imagens e palavras estereotipadas pode reforçar padrões comportamentais” (Revista do Idec - Consumidor S.A, n. 79, São Paulo, junho/2004). Introduz o tema com uma série de exemplos de slogans e dizeres discriminatórios em diferentes contextos sociais, tais como em um bar, no qual o apoio do copo de bebida traz uma ‘pérola’ ideológica: ‘Mulher e cerveja - especialidades da casa’, o que nos remete para as propagandas de cerveja em geral, nas quais o corpo feminino é reduzido à condição de isca de consumo. Outro exemplo digno de nota é em casa, com a televisão ligada: não é necessário aguardar por muito tempo até que apareça um comercial recente que mostra, em uma cerimônia de casamento, o noivo dar como condição para o juramento de fidelidade a promessa da noiva de continuar gostosa para sempre. Esse mesmo padrão de beleza e feminilidade se encontra reforçado nas apresentadoras de programas infantis. A naturalização de tais estereótipos também se encontra em livros didáticos, o que reforça a imagem de uma nação na qual a cultura se baseia no consumismo. Para Vera Vieira, esses não são exemplos de detalhes corriqueiros ou inocentes. A construção do imaginário social é refletida em uma realidade que impõe cada vez mais relações assimétricas de poder e oportunidades. Como se trata de uma construção cultural, é possível e desejável que seja modificada. Enquanto não se operam tais mudanças (ou acontecem muito lentamente), nesta que é considerada a Era da Informação, em que se destaca o slogan ‘estou na mídia, logo, existo!’, a maior parte da população do Brasil não vê referenciais de identidade. Ou seja, as pessoas que não se adéquam ao modelo milenar ocidental – homem, branco, magro, sem deficiências, jovem, heterossexual e culto – é relegada a posições de subalternidade e inferiorizarão.  Nesse cenário, as mulheres, em que pese terem conseguindo algum destaque na arena pública, ainda encontram inúmeras dificuldades no processo de desconstrução dos mitos da identidade feminina ‘a la Barbie’. Nesse ponto, Vera Vieira nos oferece um aspecto histórico-contextual precioso sobre essa boneca: apesar de apresentar padrões irreais de beleza, foi idealizada por um alemão desempregado para figurar como uma garota de programa, vendendo-a em casas de prostituição. A autora finaliza seu artigo com estatísticas confiáveis de órgãos nacionais e internacionais sobre a assimetria radical em termos salariais e de vitimação da violência para as categorias de raça e gênero. Sugere também que o principal a ser feito para mudar tal estado de coisas e quebrar padrões comportamentais é a conscientização, inclusive a respeito das discriminações contidas na linguagem escrita e imagética, como nos exemplos dados no início do artigo.



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