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O caso Galileu: 350 anos depois - Parte 1
(Mariano Artigas; PDF)

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O caso Galileu: 350 anos depois
1.Como morreu Galileu?

2.Por que foi condenado?

3.Dúvidas e interpretações

Introdução
O caso Galileu é comumente utilizado para afirmar que a Igreja Católica é inimiga do progresso científico. Por tanto, chama-me a atenção que diversos católicos, inclusive sacerdotes, religiosos e outras pessoas que têm conhecimento teológico, conheçam esse caso de um modo bastante superficial e, por vezes, equivocado.

Há alguns anos, estava em Roma ministrando um curso de doutorado. Em uma aula falei sobre o caso Galileu. Ao concluir, um sacerdote que estava trabalhando em sua tese de doutorado veio falar comigo. Estava muito contrariado e me dizia: “como é possível que eu, sacerdote católico, que passei anos em um Seminário e agora trabalho em minha tese de doutorado em Roma, soube apenas hoje que a Inquisição não matou Galileu?” Tinha toda razão em se sentir desnorteado. Visto que tenho experiências semelhantes com certa freqüência, decidi escrever este artigo, no qual pretendo resumir, brevemente, os aspectos centrais do caso Galileu: o que sabemos com segurança que aconteceu ou não aconteceu, quais temas continuam sendo discutidos, qual é, definitivamente, o estado atual da questão em seus pontos principais.

As causas da ignorância e confusão existentes em torno ao caso Galileu é um tema que mereceria ser estudado. Em parte pode ser devido ao uso demasiado partidarista que muitas vezes se fez neste caso: alguns, desejando atacar a Igreja, acentuaram excessivamente o que lhes interessava ou deformaram os fatos, e outros, ao defender a Igreja, por vezes utilizaram-se de uma apologética demasiado fácil, desconhecendo a complexidade do caso. Atualmente, há muitos estudos rigorosos sobre Galileu, de modo que é possível estabelecer com objetividade o que sabemos e o que desconhecemos. A Igreja católica mostrou, por meio do seu representante maior, o Papa, um desejo claro de esclarecer o tema, e não encontrou inconveniente em reconhecer, sem paliativos, os erros que os seus representantes puderam cometer com Galileu, pedindo inclusive perdão por eles. Parece que estamos em um bom momento para propor um resumo desapaixonado do famoso caso.

1. Como morreu Galileu?
O primeiro ponto que deveria ficar claro é que a Inquisição não matou a Galileu, nem a ninguém. Morreu de morte natural. Galileu nasceu na terça-feira, 15 de fevereiro de 1564 em Pisa, e morreu na quarta-feira, 8 de janeiro de 1642, em sua casa, uma vila em Arcetri nas imediações de Florença. Portanto quando morreu tinha quase 78 anos (é possível encontrar uma diferença de um ano inclusive em documentos oficiais, porque então, em Florença, os anos começavam a contar em 25 de março, data da Encarnação do Senhor). Conta Vicenzo Viviani, um jovem discípulo de Galileu que permaneceu continuamente junto a ele nos últimos trinta meses, que sua saúde estava muito debilitada: tinha uma grave artrite desde os 30 anos e a isto se unia uma irritação constante e quase insuportável nas pálpebras e outros achaques que traz consigo uma idade tão avançada, sobretudo quando consumida em muito estudo e vigília.

Acrescenta que, apesar de tudo, seguia cheio de projetos de trabalho, até que por fim lhe assaltou uma febre que o foi consumindo lentamente e uma forte palpitação, com a qual ao longo de dois meses foi se extenuando cada vez mais, e por fim, uma quarta-feira, 8 de janeiro de 1642, às quatro horas da manhã, morreu com firmeza filosófica e cristã, aos setenta e sete anos de idade, dez meses e vinte dias. Portanto, não existiu a fogueira nem nada parecido.

Continua ...



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