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Adeus ao Trabalho?
(Ricardo Antunes)

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PRIMEIRA PARTE

CAP. I I. AS METAMORFOSES DO MUNDO DO TRABALHO
Observa-se, no universo do mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo,uma múltipla processualidade: de um lado verificou-se uma desproletarização de trabalho industrial , fabril, nos países de capitalismo avançado, com maior ou menor repercussão nas áreas industrializadas do terceiro mundo. Mas, paralelamente, , efetivou-se uma expressiva expansão do trabalho assalariado , a partir da enorme ampliação do assalariamento do setor de serviços ; verificou-se uma significativa heterogeneização do trabalho , expressa também no através da crescente incorporação do contingente feminino no mundo operário; vivencia-se também uma subproletarização do intensificada , presente na expansão
O mais brutal resultado dessas transformações é a expansão, sem precedentes na era moderna, do desemprego estrutural, que atinge o mundo em escala global. Pode-se dizer que há uma processualidade contraditória, que, de um lado, reduz o operariado industrial e fabril; do outro, aumenta o subproletariado , o trabalho precário e o assalariamento no setor de serviços. Incorpora o trabalho feminino e exclui e os mais jovens e os mais velhos. Há, portanto, um processo de maior heterogeneização, fragmentação e complexificação da classe trabalhadora. Onde dados e tendencias evidenciam uma nítida redução do proletariado fabril, industrial, manual, especialmente em países de capitalismo avançado, quer em decorrência do quadro recessivo, quer em função da automação, da robótica e microeletrônica, gerando uma monumental taxa de desemprego estrutural.
Paralelamente a essa tendência, há uma outra também extremamente significativa, dada pela subproletarização do trabalho, presente nas formas de trabalho precário, parcial, temporário, subcontratado, “terceirizado”, vinculados a “economia informal”, entre tantas modalidades existentes.
Há ainda uma outra consequência muito importante, no interior da classe trabalhadora, que tem uma dupla direção: paralelamente à redução quantitativa do operariado industrial tradicional dá-se uma alteração qualitativa na forma de ser do trabalho, que de um lado impulsiona para uma maior qualificação do trabalho e, de outro, para uma maior desqualificação. A redução da dimensão variável do capital, em decorrência do crescimento de sua dimensão constante ou, em outras palavras, a substituição do trabalho vivo pelo trabalho morto oferece, a possibilidade de o trabalhador aproximar-se do que Marx (1972: 228) chamou de “supervisor e regulador do processo de produção”. Porém, a plena efetivação dessa tendência está impossibilitada pela própria lógica do capital.
Portanto, a tendência apontada por Marx, cuja efetivação plena supõe a ruptura em relação à lógica do capital, deixa evidenciado que, enquanto perdurar o modo de produção capitalista, não pode se concretizar a eliminação do trabalho como fonte criadora do valor, mas, isto sim, uma mudança no interior do processo de trabalho que decorre do avanço cientifico e tecnológico e que se configura pelo peso crescente da dimensão mais qualificada do trabalho, pela intelectualização do trabalho social.
Evidencia-se, portanto, que ao mesmo tempo em que se visualiza uma tendência para a qualificação do trabalho, desenvolve –se também de forma significativa o processo de desqualificação dos trabalhadores, que acaba configurando um processo contraditório que superqualifica em vários ramos produtivos e desqualifica em outros.



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