BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Adeus ao Trabalho?
(Ricardo Antunes)

Publicidade
3. ALGUMAS TESES SOBRE O PRESENTE (E O FUTURO) DO TRABALHO: PERENIDADE E SUPERFLUIDADE DO TRABALHO

I - Contra a equivoca desconstrução teórica realizada nas últimas décadas pelos chamados críticos da sociedade do trabalho, nosso grande desafio é compreender a nova morfologia do trabalho, seu caráter multifacetado, polissêmico e polimorfo. Isso nos obriga a desenvolver uma noção ampliada e moderna de classe trabalhadora (que venho chamando, de modo sinônimo, como classe-que-vive-do-trabalho) que inclui a totalidade daqueles homens e mulheres que vendem sua força de trabalho em troca de salário. Essa nova morfologia do mundo do trabalho tem como núcleo central os trabalhadores produtivos, e não se restringe ao trabalho manual direto, a totalidade do trabalho coletivo assalariado que produz diretamente mais-valia e participa diretamente do processo de valorização do capital, trabalhador produtivo.

II - Uma noção ampliada de classe trabalhadora deve incluir também todos os que vendem sua força de trabalho em troca de salário e incorporar não apenas o proletariado industrial e os assalariados do setor de serviços, mas também o proletariado rural, que vende sua força de trabalho para o capital.

III - A classe trabalhadora hoje exclui, naturalmente, os gestores do capital, seus altos funcionários, que detêm papel de controle no processo de trabalho, de valorização e reprodução do capital no interior das empresas e que recebem rendimentos elevados ou ainda aqueles que, de posse de um capital acumulado, vivem da especulação e dos juros.

IV - Compreender a classe trabalhadora hoje significa perceber também o significativo processo de feminização do trabalho, que atinge mais de 40% ou 50% da força de trabalho em diversos países, e que tem sido absorvido pelo capital, preferencialmente no universo do trabalho partime, precarizado e desregulamentado.
V - Como capital é um sistema global, o mundo do trabalho e seus desafios são também cada vez mais mundializados, transnacionalizados e internacionalizados. Se a mundialização do capital e de sua cadeia produtiva é fato evidente, o mesmo não ocorre no mundo do trabalho, que ainda se mantém predominantemente nacional, o que é um limite enorme para a ação dos trabalhadores.

VI - Aqui vale um similitude entre o descarte e a superfluidade do trabalho e o descarte e a superfluidade da produção em geral. A necessidade imperiosa de reduzir o tempo de vida útil dos produtos, objetivando aumentar a velocidade do ciclo reprodutivo do capital, faz com que a “qualidade total” seja, na maior parte das vezes, o invólucro, a aparência ou o aprimoramento do supérfluo, uma vez que os produtos devem durar cada vez menos para ter uma reposição ágil no mercado – maior parte do trabalho feita por trabalhadores do sexo masculino, me se tratando de trabalho em capital intensivo, e enquanto aquelas funções dotadas de menor qualificação ficam para mulheres trabalhadoras, e também a trabalhadores, frequentemente imigrantes e negros.



Resumos Relacionados


- Adeus Ao Trabalho?

- Adeus Ao Trabalho?

- As Bases Ideológicas Da Economia Solidária.

- Adeus Ao Trabalho?

- Adeus Ao Trabalho?



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia