Isabel, condessa de Rio Maior
(Maria Filomena Mónica)
Envergando um casaco escuro e ostentando na cabeça um toucado de onde pendiam duas fitas, Isabel Maria de Sousa Botelho Mourão Vasconcelos era e parecia uma aristrocata. Pelos dois costados, o materno e o paterno, pertencia a um grupo muito especial, o da aristrocacia de corte e dentro deste, a outro ainda mais especial, composto por aqueles que em virtude da vicissitudes politicas de finais de Setembro e principios de Oitocentos, haviam sido obrigados a refugiar-se no estrangeiro. Mas a classificação social não esgota a personagem. O desenho da sua boca, a determinação do seu olhar, até a forma do seu pescoço, revelam uma força de vontade invulgar.
A futura condessa nasceu em Lisboa, na freguesia da Lapa a 12 de Julho de 1812. Passara a meninice no palácio que a familia possuía, à Boa Morte, no bairro actualmente conhecido dos Prazeres. Aos 9 anos, fora viver para a casa que a família possuía em Mateus, um tempo plácido de que mais tarde falaria com saudade. Dois anos depois, voltava para Lisboa, enquanto o pai, o 1º conde de Vila Real ia como embaixador para _Londres. Tinha 16 anos quando a familia partiu para Paris, onde viveria até aos 21 anos.
Como convinha, os estudos decorreram em casa, entre nannies inglesas e perceptores portugueses. Aos 12 anos, dominava o latim e o grego. Às linguas motas, preferia contudo as aulas de geometria. E a esta, o inglês, Francês e desenho. Aos 15 anos, lia Racine, Corneille e Voltaire. Um dia, estando a meio de uma obra sobre literatura espanhola, lamentava ao pai, que tão pouco se conhecesse da vida dos escritores portugueses.
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