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Neurose
(Montserrat Puig; Jorge Sosa)

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Nas culturas primitivas existia uma concepção mística em relação ao conceito de doença mental. Esta tinha uma origem sobrenatural e, como tal, o tratamento estava confinado à actuação de feiticeiros e sacerdotes.Na cultura Greco-Romana assistimos a uma concepção racional e natural da doença mental, o que conduz à desmistificação e à observação clínica, portanto ao desenvolvimento das ciências empíricas. Sobre aquela época podemos ler as teorias de Hipócrates, Aristóteles, Asclepíades e Galeno.Na Ideia Média existe uma concepção demonológica, na qual o doente é tido como bruxo. O tratamento utilizado era o castigo, como forma de afugentar o diabo.Na Era Racionalista, a loucura surge tratada em obras literárias de maior notabilidade, e confrontamo-nos com teorias de autores como Copérnico, Galileu, Decartes, Pascal e Newton.Nos finais do séc. XVIII e séc. XIX, com a Revolução Francesa, é retomada a concepção da civilização Greco-Romana. Para isso contribuiu Pinel que teve um gesto histórico na obtenção da Comuna Revolucionária Parisiense para libertar os asilados. Poderemos dizer que esta foi a primeira grande atitude psicoterapêutica. Essa atitude ficou a dever-se ainda a todo o movimento de revisão sobre as ideias e os conceitos das doenças psíquicas, levando os médicos a realizar um maior esforço de compreensão no que respeita à sua natureza. Passa a haver uma maior valorização do método experimental, o qual consistia na análise e observação repetida dos factos clínicos e na ordenação e classificação dos processos psíquicos. Pinel diferencia a neurose da alienação mental. A neurose está directamente relacionada com alterações no Sistema Nervoso “sem inflamação nem lesão estrutural”. Podemos também destacar os estudos de Kraepelin que sobrevalorizam os dados da observação clínica aos dados anatomo-patológicos. Deste modo, é realizado um agrupamento de várias formas de comportamento patológico em entidades clínicas distintas. Kraepelin centra a sua atenção na dita “psiquiatria pesada” (psicoses), ficando de lado os problemas psíquicos menores (que não necessitavam de tratamento). No séc. XIX assistimos a uma grande viragem no que respeita às concepções psiquiátricas do século anterior (no qual a teoria era centrada substancialmente na psicose como ameaça à sobrevivência). Com Freud as neuroses passam a constituir definitivamente um dos grandes sectores clínicos da Psiquiatria. O autor distingue a psicose da neurose, sendo que a primeira resulta de uma cultura de sobrevivência (pois põe em causa o sujeito e a sociedade) e a segunda de uma cultura de bem-estar (algo mais moderado, relacionada com a conservação do estilo de vida/prazer). O autor atribui como causa fundamental para a neurose a repressão ou recalque de situações traumáticas. Trata-se de uma estratégia psicológica que impede a expressão verbal de emoções e desejos. Freud é o grande definidor da “psiquiatria ligeira”. Agora a história biográfica ganha relevo na organização da história clínica e os factores psicológicos adquirem papel predominante na elaboração e valorização da doença psíquica.Os princípios do séc. XX são marcados pelo aprofundamento da Escola Organicista (Kraepeliana) e do Movimento Psicanalítico (Freud).



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