Fisiocracia
(Mário Murteira)
Apesar da relatividade da expressão “fundadores da ciência económica”, esta é conferida à escola francesa dos Fisiocratas e a Adam Smith (1723-1790) . A perspectiva da Fisiocracia, que é hoje uma referência histórica, estabelece-se como oposição ao pensamento mercantilista. Esta última tendência tinha como ideais a função interventiva do Estado, de forma a enriquecer os soberanos, fomentar a autarcia económica da nação e favorecer, deste modo, o desenvolvimento da actividade económica da mesma. Os Fisiocratas defendiam que esta mais-valia, o apelidado de riqueza das nações, advinha não do comércio internacional mas sim da agricultura. Pretende, por esta via, a liberalização da economia: Deste modo, e o papel intervencionista do estado inverte-se a favor da sua submissão a uma ordem natural, tudo isto, em prol da actividade económica.
Os Fisiocratas e Adam Smith comportam teorizações que se enquadram nas doutrinas clássicas. No entanto, existem divergências, pois para Adam Smith a fonte da riqueza nacional não se deve procurar no monetarismo, como afirmava o mercantilismo, ou na agricultura, segundo os ideais da fisiocracia, mas no trabalho do povo. Os interesses de Smith convergem com os da fisiocracia, na medida em que defende o “laissez-faire”, o mercado livre, o interesse pessoal como único orientador do processo económico, e a intervenção mínima do Estado. Afirma que esta estrutura apenas deve manter a segurança militar, administrar a justiça, bem como erguer e manter certas instituições públicas; para além desta actuação, e segundo o autor, o progresso económico será prejudicado e o crescimento inibido, pois não se verifica competição, e tal não é benéfico.
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