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Hipóteses para o amor e a verdade
(Ivan Cabral e Rodolfo García Vasquez)

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Num primeiro momento, "Hipóteses para o amor e a verdade", texto teatral de Ivan Cabral e Rodolfo García Vasquez, parece trazer inovação apenas no formato eivado de novas tecnologias (internet, celular, twiter) que durante o espetáculo servem à interatividade com a platéia - algumas pessoas são contatadas antes do início, para corresponderem a determinadas intervenções dos atores.
 

Na verdade, velhos assuntos são abordados de forma que o público caia no real, no buraco existencial que nos cerca e do qual quase sempre estamos muito próximos, assim, como se estivéssemos na beira de um abismo sem nome, sem mais palavras. É melhor não parar para pensar, porque tudo é ilusório. É um tempo, o nosso, de interdição. Não é mais o outro quem interdita, mas o desespero e o despreparo de cada um a si mesmo.

 
A octogenária cadeirante sobrevive ao aleijume relembrando um passado amoroso. Seria a melancolia, a identificação com o que já morreu? A enfermeira e cuidadora, por piedade, a mata. Dizem que a morte é o único real, porque sobre ela não há o que dizer, sem mais palavras. A prostituta que não toca mais em seus sentimentos, descrente de qualquer coisa que não seja o mais que simbólico, seu filho, o filho da puta.
O doador de esperma que não pode ser pai dos próprios filhos. As mulheres podem gerar crianças sem a presença física de um pai. O problema é a ausência do Nome do Pai tanto no concreto, na certidão de nascimento, quanto no papel simbólico como separador de mãe e filho e o que, junto com a mãe, impõe limites, castra e frustra, preparando os rebentos para sofrer menos no mundo real  - desobrigado a responder prontamente aos desejos de todos. 

 
O workaholic, que após cinco anos de trabalho contínuo é ameaçado de demissão pelo chefe, caso não tire férias. Acuado, escolhe uma cidadezinha que promete o paraíso, para suas férias. Chegando lá, nada vê, sente ou percebe. Nada mais faz sentido, não há o que preencha o vazio supostamente tomado pelo trabalho, apenas o trabalho.

 
Entre outras personagens e suas histórias, os autores descrevem o nada fantasiado de alguma coisa (simbólico). Parece que estão dizendo: se você parar para pensar, seu delírio neurótico vai pro espaço e o abismo do nada vai te engolir. É esta sensação que para mim ficou após ter visto a peça.  



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