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A Revolução de 28 de Maio de 1926
(Adérito Tavares)

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Golpe de estado militar-civil, desencadeado a 28 de Maio de 1926, de que resultou a queda da I República Portuguesa para o qual confluíram diversas fontes conspiratórias. O denominador comum era constituído pela oposição ao Partido Democrático, maioritariamente no plano eleitoral. Mas segmentos anti-republicanos e anti-libererais foram também protagonistas do movimento.
Esgotados os objectivos iniciais, a decantação das forças e personalidades envolvidas prosseguiu e só a 9 de Julho se pode considerar terminada.

Apesar de vitoriosos, a República saiu da guerra enfraquecida. As dificuldades inerentes á reconstrução económica europeia fizeram-se sentir em Portugal.
A instabilidade e a impotência dos ministros acentuam-se a partir de 1920, impossibilitando reformas consequentes. Crise financeira, aumentos incontrolados de preços, insatisfação da província e do funcionalismo, hostilidade da classe operária, corroem os equilíbrios sociais, aliás sempre precários, que haviam sustentado o regime.
A extrema-direita tradicionalista, nacionalista e integralista, com apoios em vários sectores da Igreja e das organizações patronais eleva o tom de crítica, propõe a ruptura politica, apelando a intervenção das forças armadas e á ditadura militar. E quando se anuncia o propósito de transferir para as mãos do Estado a exploração dos tabacos, o grito de “chegou a hora” soa de todos os lados.
A conspiração militar remonta a 1922-1923 e teve o seu primeiro “ensaio geral” a 18 de Abril de 1925 com a tentativa chefiada pelo capitão-de-fragata Filomeno da Câmara, pelo general Sinel de Cordes e pelo tenente-coronel de engenharia Raul Esteves, logo seguida de outra, três meses mais tarde, comandada pelo capitão-de-fragata Mendes Cabeçadas.
Apesar de detidos, os implicados vêm a ser absolvidos por um tribunal presidido pelo general Oscar Fragoso Carmano.
No inicio do ano de 1926, formaram-se juntas militares regionais, tendo por sedes Braga, Coimbra, Lisboa e Évora. Vários grupos, todos eles ligados aos chefes das revoltas do ano anterior, procuraram garantir as melhores condições para deflagrar o golpe.
O General Gomes da Costa, herói da Índia, de África e da Flandres, decide-se, em Braga, a 26 de Maio, a tomar a direcção das operações no Norte desencadeando-as
de 27 para 28.
Mendes Cabeçadas em Lisboa, secunda-o de imediato, reclamando do presidente da República Bernardino Machado, a demissão do Governo. Este Último parece ter-se convencido da possibilidade de isolamento fácil da conspiração e responde com acções mais intimidadoras do que de força.
As adesões ao movimento sucedem-se com inesperada rapidez, a par de outras tantas declarações de neutralidade, e a acção popular de rua, que tantas vezes “salvara a República”, não adquire dimensão, nem convicção.
Bernardino Machado, entrega o Governo a Cabeçadas, tentando ainda provocar o regresso aos quartéis, mas no dia seguinte, reconhece a derrota, demitindo-se ele próprio e o Parlamento é encerrado, e a 9 de Junho, dissolvido.
Entra-se então numa complexa fase de golpes de Estado complementares.
O primeiro confronto dá-se entre o grupo de Cabeçadas e o de Gomes da Costa, suspeito de ligações excessivas ao regime partidário, que antes pretendia reformar do que suprimir por completo. Experimentam-se dificuldades crescentes na distribuição das pastas governativas. Fracassa na tentativa de um compromisso com os que temem que os militares venham a ser afastados do centro do poder.
A 17 de Junho, Gomes da Costa impõe-lhe a demissão. O velho General, concorda, embora com a condição de que as forças armadas sejam postas numa posição arbitral no jogo politico, pois não estava disposto a ceder na liquidação das liberdades e na instauração de uma ditadura. No Governo acumula conflitos com Carmona, que tendo aderido mais tarde ao movimento, ocupava a pasta dos Estrangeiros.
Gomes da Costa, não aceita uma separação dos cargos, na qual á presidência do Governo fosse atribuída a Carmona, ficando para si a presidência da República.
A 9 de Julho é detido, para dois dias depois ser enviado para o exílio nos Açores.
A vitória pertence a Carmona, que conseguira a confiança da direita antiliberal e dos tenentes do “partido militar”.
No novo Governo, onde apenas três pastas são atribuídas a civis, Sinel de Cordes, monárquico, é o homem forte . O processo ditatorial, ficaria completo em Outubro, com a prisão do coronel João de Almeida, que visava o afastamento de Carmona para um lugar honorífico, e com a tomada de posse, a 29 de Novembro de Carmona do cargo de Presidente da República, conservando o de chefe do Governo.



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