Minicontos e Muito Menos
(Marcelo Spalding)
Escritor radicado no Rio Grande do Sul – Brasil – Marcelo Spalding mostra em seus contos todas as emoções dos pobres, dos frustados, dos que sonham e não levam... São tristes e verdadeiros os contos de Marcelo, personagens brasileiros...
Assim:
Chegou tua hora... Serás moleque travesso, jogarás bola e bolita e botão, terás mulher, filhos, carro e emprego, gostarás de ir à praia e conhecerás o Rio de Janeiro, comprarás casa, terreno, assistirás ao teu time campeão do mundo, mas antes dos cinqüenta, um disparo repentino levará teus movimentos, tua voz, tua fome. Topas?”
Minicontos e muito menos foi editado pela Casa Verde em 2009, Porto Alegre, a capital do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Tem verso e reverso, uma edição diferente, tanto na criação do texto como na edição, criação de Alexandre Oliveira, um ilustrador , no mínimo, original e que só faz crescer ao leitor o trabalho de Marcelo, da sua expressão.
O leitor encontrará, à página 52 o texto de Leonardo Brasiliense, explicando os contos: vale a pena a descrição para conhecermos Marcelo Spalding :
Na verdade, cinco minilivros...
Há cinco Marias, para todos os destinos: vítimas, algozes, e até uma que não nasceu. Um nome não aprisiona significado senão pela vida que o carrega. E quem disse que um conto de três linhas não carrega uma vida inteira?
Ciranda da vida nos leva a dançar pelos temas da vida e da morte, para uma lado e para outro: de vidas possíveis (chegou a tua hora... eu poderia ter sido atriz...) passando por quem é capaz de tirar vida (na real, foi assim: primeiro mataram a mãe...), até a morte que permite a vida (no dia em que Paulo se foi...) Cirando pra lá... Cuidado para não ficar tonto.
Cédula viva, que para mim não é um conjunto de contos,mas uma mininovela, dá um bom filme, um longa-metragem inteligente. Tem personagens bem definidos, e o que os une, o que os faz semelhantes são as duas coisas escritas no título genial: uma cédula de dinheiro) motor do mundo contemporâneo) e a vida (o sentido para o sujeito)O individuo e o social retratados de uma só vez, com equilibrio e maturidade, coisa rara.
Faces de sete poemas, na sua intertextualidade, mostra que a diferença entre a poesia e a prosa, especialmente o conto, pode às vezes ser apenas a face, o lado que se olha.
E Sinal dos Tempos fala do que é nosso, infelizmente, queiramos ou não.
Cinco minilivros com uma unidade que sentimos, mas não podemos definir, que se deixa ver, que se exibe e se descobre no papel, porem é muito mais complexa que tudo o que ali está: a marca do autor, a alma de Marcelo.
Não parece apropriado acrescentar mais. Só a leitura é que dará o complemento ao que escreveu Leonardo.
Fica no reverso de Minicontos e muito menos a criação literária de Laís Chaffe.
Vale a pena leitura deste lançamento da Casa Verde, de Porto Alegre.
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