BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Olhos Azuis
()

Publicidade
O filme acompanha Marshall, chefe do Departamento de Imigração norteamericana no aeroporto JFK que, às vésperas de uma aposentadoria compulsória, resolve chutar o balde e, empurrado por fartas doses de álcool, botar pra fora todo o preconceito contra os imigrantes com quem é obrigado a conviver diariamente, decidindo de maneira arbitrária e humilhante quem entra e quem sai dos EUA.

Ao mesmo tempo a narrativa avança no tempo e mostra o mesmo Marshall no Brasil, munido de uma câmera de vídeo e acompanhado de uma jovem prostituta, viajando adoentado para o Recife em busca de uma criança cujas imagens foram gravadas na câmera que carrega. Só o avançar da história vai nos dizer o que ele foi fazer lá.

Curiosamente, ainda que realizado por brasileiros, o filme mostra-se mais à vontade quando em território estrangeiro. Os conflitos, a crescente tensão e os diálogos nas sequências na alfândega é o que há de melhor em “Olhos Azuis” (referência aos olhos de Marshall, em oposição aos traços latinos do imigrante brasileiro que o confronta), e nessas horas o espectador acompanha inquieto o desenrolar da trama. A câmera nervosa, o roteiro esperto e as atuações impecáveis garantem a combinação de bom entretenimento com aguda crítica social.

A história poderia até se limitar a isso. Ficasse apenas na alfândega, e “Olhos Azuis” renderia uma dessas pequenas e claustrofóbicas obras primas contra a intolerância como “Um dia de cão” ou “O sucesso a qualquer preço” (ambos com Al Pacino). Mas os realizadores parecem ter se sentido no dever de dar algum toque de “brasilidade” ao produto, levando-o a uma obrigatória jornada pelo interior do país como forma de redenção do protagonista, e aí o filme se perde em diálogos e situações forçados e pouco convincentes. Mesmo quando retorna à alfândega, com o choque entre Marshall e o brasileiro Nonato atingindo seu ápice, o filme já parece ser outro. O roteiro até então conciso estende-se para além dos limites, num desfecho cuja previsibilidade corrói boa parte da intensidade dramática.

O resultado é um filme que, ainda que acima da média do que o cinema nacional vem fazendo, deixa a sensação de desperdício de talentos. Há coisas muito boas em "Olhos Azuis", como personagens que são um achado (como o casal de argentinos), e sequências de dramaticidade comovente como aquela em que, dentro do carro, na estrada, a prostituta chora após rever o avô e o gringo olha sem entender nada do que ela está falando.



Resumos Relacionados


- Novidades No Cinema

- Capitão Nascimento Quase Chora Duas Vezes No Filme Tropa De Elite 2

- Você Vai Conhecer O Homem Dos Seus Sonhos

- Atividade Paranormal

- Saneamento Básico



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia