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A formação do casal
(A. Relvas)

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  É com a formação do casal que se inicia o ciclo vital da família, criando-se uma nova família com normas e padrões específicos, que continua a manter relação com as gerações anteriores. A nova família, com base na negociação e renegociação, transforma em património comum o que era pertença de dois, surgindo um sentimento de pertença ao novo grupo, sem haver desvinvulação do velho grupo. É de salientar que existe uma visão positiva e romantizada desta fase, pois o amor abarca sempre sentimentos positivos em relação à pessoa amada. Contudo, este amor avassalador não dura para sempre: o amor é um sentimento e, como tal, não se pode controlar. Assim, o casal tem que descobrir a importância do respeito pelo outro e por si próprio, de modo a manter e a consolidar o seu amor, sendo a autonomia mútua fulcral para a evolução da relação. A escolha do parceiro é fundamental para o desenvolvimento da etapa de formação do casal, sendo que esta escolha também implica a escolha de outra família - a família de origem do parceiro. É de salientar que a escolha do parceiro é bastante influenciada pelos modelos parentais, pois as pessoas têm tendência a escolher parceiros parecidos com os progenitores, bem como pela personalidade da pessoa. Todos os casais, para que a relação seja positiva, devem respeitar uma série de factores, tais como a tolerância, o respeito, a honestidade, entre outros.
    É necessário olhar para o casal de uma forma diferente, em que um e um são três, ou seja, os dois parceiros e o modelo específico e original que criam entre si e sem o qual seriam dois estranhos. Assim, o casal é um sistema entre sistemas, sendo a sua formação e manutenção um processo de mudança contínua, de construção do modelo próprio. 
    A definição de limites é crucial, na medida em que protege o casal. Contudo, há que referir que tanto um sistema conjugal demasiado aberto, como um demasiado fechado tem probabilidade de se tornar disfuncional. Assim, a flexibilidade é a regra número um da saúde familiar. Desta forma, para que o casal se desenvolva saudavelmente tem que saber gerir as pressões internas e externas, e para isso tem que ter bastante flexibilidade, nomeadamente em termos de comunicação. Muitas vezes, o casal entra em conflito porque cada membro do casal não entende porque é que o outro se mantém em determinada posição e não dá o braço a torcer. A solução para estas situações é a metacomunicação, ou seja, o casal tem que comunicar sobre a sua própria comunicação. Deste modo, ultrapassarão o problema se ambos negociarem e definirem normas e níveis de poder na relação.
    Na comunicação do casal surge frequentemente um fenómenos a que se pode chamar a utlização da bola de cristal: cada um dos elementos acha-se capaz e com a obrigação de adivinhar os desejos, sentimentos e gostos do outro. E, muitas vezes, sente que o outro devia ser assim. Esta situação conduz à incapacidade de escutar e de estar atento ao outro.
    
    Ao casar, cada um traz consigo um conjunto de expectativas que têm a ver, em grande parte, com o que se aprendeu em casa. Assim, para que a relação funcione, o casal tem que criar normas e regras que definam as relações do novo casal com as suas famílias, o que exige um esforço de negociação. A questão que se coloca a cada um dos cônjuges é se pode ou deve ser mais leal à família de origem ou ao parceiro e se, de algum modo, isso significa o abandono ou rejeição de um deles. O casal tem que se entender nas suas escolhas e deixar bem claro que a decisão é do casal e só dele. Apesar da importância de o casal ter uma casa própria, vão sempre existir comparações com a casa dos pais. A delimitação casal-família de origem deve ser um dos principais aspectos a trabalhar no início da relação de casal, sendo que se for adequadamente conseguida, as fases seguintes serão marcadas por uma maior facilidade relacional.

    Outro aspecto importante na redefinição de limites do casal diz respeito aos limites individuais. Assim, podemos falar de um ciclo vital conjugal, onde se podem identificar fases ou etapas de transição, que não são estanques, mas apontam as linhas de força dos principais movimentos definidos no tempo do casal. Assim, o esquema do ciclo vital do casal é dividido em três etapas:
    1º. Estádio da Fusão, pode manter-se durante os primeiros 10 anos de casamento. A principal tarefa consiste na fusão de dois indivíduos num só sistema, sendo o período de maior fecho. Em norma, passados 3 anos, o casal sente-se unido, mas a estabilidade ainda não está alcançada. Ao longo da vida a dois parece que a comunicação vai sendo cada vez mais difícil, surgindo um período conflitual e de incertezas. Por volta dos 7 anos de casamento entra-se na etapa da fusão definitiva.
    2º. Nesta fase há um retorno ao tu e ao eu (10 ou 12 anos de casamento), sendo a tarefa do casal permitir a transformação de um subsistema formado por duas semientidades noutro feito de duas metades bem definidas.
    3º. Entra-se na fase da empatia (por volta dos 20 anos de casamento): dois indivíduos, psiquicamente autónomos, estão re-unidos, o que permitirá aos filhos seguir o seu caminho.

    Pode concluir-se que o casal está sempre em transformação, nunca sendo uma entidade completamente formada.



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