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Família com filhos adolescentes
(A. Relvas)

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  Nesta etapa do ciclo vital da família, mais que noutra,é essencial o alargamento dos espaços individuais no seio familiar,contudo, o espaço grupal tem que ser reforçado na sua coesão.É nesta fase que o contexto social envolvente tem um peso importante na forma como as famílias vivem,elaboram e ultrapassam este momento do seu desenvolvimento.Os pais com filhos adolescentes enfrentam o medo das recordações da sua própria adolescência,o temor do consumo excessivo de álcool, da toxicodependência, etc.Em termos de sentimentos positivos, junta-se a admiração pela coragem e energia, sentido de justiça e capacidade de luta.Os movimentos co-evolutivos são necessários e notórios em todos os membros da família e no sistema na sua globalidade,pelo que o sistema passa por uma adaptação estrutural que permite a continuidade funcional e organizacional.
    A adolescência é um processo de maturação que dá ao indivíduo a possibilidade de adquirir o conjunto de elementos que lhe permitem autonomizar-se em relação à sua família de origem.Para o sistema familiar, a partida dos filhos é a fase mais longa e mais difícil do seu ciclo vital, já que deve ser mantido um equilíbrio entre as exigências do sistema e as aspirações individuais de cada membro da família.
    Neste período tem que haver uma renegociação das relações pais-filhos e a recentração na vida conjugal e profissional por parte dos pais. Em termos estruturais ocorre uma redefinição dos limites, permitindo ao adolescente mais contacto com o exterior, promovendo uma negociação que vai fomentar nos filhos e nos pais novos papéis no interior da família, passando estes últimos a ter uma função de suporte relacional e afectivo.
    É nesta fase que os filhos se tornam autónomos e começam a ter mais contacto com o sistema extra-familiar, levando a uma diminuição do controlo que os pais têm sobre os filhos. Relativamente à independência, ocorre um ajustamento dos sentimentos e comportamentos dos elementos da família, devido à emancipação. A independência e autonomia são uma forma de auto-responsabilizar o adolescente, sendo-lhe concedido um espaço, onde mantém um contacto mais íntimo com a sociedade, experimentando diversos papéis, que lhe  vão possibilitar uma maior certeza na área profissional.
    Existem 3 fases na evolução das relações entre pais e filhos: na primeira existe ainda uma grande dependência face aos pais como fonte directa de satisfação das necessidades; na segunda, os pais começam a ser investidos e avaliados também em função das suas características; na terceira, os pais são desinvestidos como elementos nutrientes e autoritários para serem investidos numa relação de igual para igual.
    O conflito de gerações é necessário e inevitável para que o adolescente prossiga no caminho da aquisição da identidade e da construção da autonomia, facilitando a independência parental. O conflito reflecte o embate entre os pontos de referência definidos pela família que incluem a forma como foram integrados pelo sistema as normas e valores sociais e culturais, as regras que a geração mais nova vai construindo e os valores por que vai optando.
    O grau de autonomia concedido pelos pais deverá oscilar, em função das situações e dos termos nelas envolvidos, entre um limiar máximo que impeça a colisão da autoridade parental com a dignidade do adolescente, com a sua necessidade de afirmação, auto-estima e confiança pessoal crescentes, e um limiar mínimo de controlo que possibilite o suporte e segurança de que ele também necessita. 
    A escola, pela sua caracterização, objectivos e tarefas específicos, converte-se, por excelência, no espaço nº2 de luta pela autonomia adolescente. Tal como em relação aos pais, o reconhecimento da autoridade deixa de estar tão ligado às características pessoais e de personalidade do adulto/professor, como acontecia nos níveis etários mais baixos e prende-se mais com a avaliação feita sobre as suas competências em matéria de ensino. Como acontece com a família, também o adulto na escola deve procurar o exercício equilibrado da autoridade, dentro dos mesmos limiares apontados para os pais. A escola tem enormes responsabilidades em relação às quais não se pode demitir, ou não pode, simplesmente, transferir para outros: basicamente existe para ensinar, mostrando o valor e utilidade do que ensina.
    O grupo de iguais proporciona parte da segurança e ligação emocional de que o adolescente necessita.Sendo uma força de suporte e segurança individual, o grupo é também uma força de socialização. Ele permite, tal como o subsistema fraternal,a competição,a solidariedade,a definição de limites e normas na relação com os parceiros.A principal função do grupo de iguais na adolescência centra-se em três aspectos:
1.facilitar a separação em relação à família;
2.favorecer a aquisição de um certo grau de conformismo face às normas e a distinção entre limites pessoais e sociais;
3.permitir o desenvolvimento de um auto-conceito positivo.
    Existem dois tipos de grupos de iguais:
-os grupos mais formais, de certa maneira controlados pela família, no sentido em que têm a sua "benção", são compostos por filhos de amigos ou conhecidos, são bem recebidos e por vezes é-lhes mesmo oferecido um espaço próprio em casa da família.
-os mais informais:resultam da selecção de membros feita na escola, na vizinhança, no futebol, etc., e que são "grupos de rua".
    É importante que os pais tomem consciência do valor positivo e insubstituível do grupo no desenvolvimento do adolescente,para melhor regularem a sua autoridade nesse domínio. Aceitar e integrar o valor e papel do grupo com a flexibilidade e atenção requeridas em tudo o que diz respeito à autonomização crescente da geração mais nova é uma tarefa importante da família nesta etapa do seu desenvolvimento.



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